quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Os verdadeiros heróis americanos

Vi há alguns dias atrás no blog do Sakamoto algumas fotografias e o link que dava acesso a outras, sobre alguns heróis que são os imigrantes nos EUA. Trata-se de uma obra da fotógrafa Dulce Pinzón que aborda a situação dos latino-americanos naquele país, trabalhadores que no ensaio aparecem fantasiados.



CPT divulga dados parciais de conflitos e violência no campo



A CPT Nacional divulgou, no dia 23 de novembro, os dados parciais de conflitos e violência no campo referente ao período de janeiro a 15 de novembro, desse ano.




Sob o título “Sintonia entre capital e Estado mantém a violência no campo”, os dados revelam que os conflitos e a violência continuam ameaçando a vida do povo do campo. Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de conflitos diminuiu de 942 em 2008, para 731 em 2009; as ocupações se mantiveram praticamente estáveis, com 231 esse ano; os acampamentos diminuíram de 37 para 32; as torturas aumentaram de 3 para 20 e os assassinatos mantiveram em 20 (existem assassinatos em investigação, que não foram contabilizados).



Para conferir os dados, na íntegra, acesse o site da CPT (www.cptnacional.org.br).

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Marina Silva e Heloísa Helena: duas contra três em 2010

Escrito por Kenzo Jucá
17-Nov-2009


Marina Silva e Heloísa Helena juntas em 2010 – duas mulheres pobres, Amazônia e Nordeste. Ambas negaram o pacto do poder pelo mero poder. Esse cenário tira o sono da elite brasileira.



O anúncio oficial dessa possibilidade, feito pelo PSOL essa semana, foi precedido por artigo atônito de José Dirceu, onde acusa o golpe desferido por Marina e Heloísa nos flancos de Dilma Roussef e José Serra de uma só vez.



O que mais preocupa PT, PMDB, PSDB e PSB nessa provável aliança é que atinge de uma só tacada as candidaturas Dilma, Serra e Ciro. Caso aliada à Heloísa Helena (candidata ao Senado), a candidatura Marina à presidência estará afirmando categoricamente ao Brasil que a agenda ambiental não é compatível com o modelo neoliberal e com a racionalidade capitalista hegemônica no mundo, representada pelas três candidaturas.



Seriam duas contra três. Seria um simbolismo do antagonismo entre trabalhadores e excluídos ante o sistema financeiro, empreiteiras e agronegócio, superando maniqueísmos. A complexidade da crise ambiental tomaria seu lugar: uma questão econômica e política objetiva, não somente filosófica ou subjetiva como fazem crer.



A aproximação entre Marina e Heloísa demonstra estar além da reconhecida amizade pessoal entre ambas ou de mera conjuntura eleitoral. Mais que isso, o diálogo é fruto da relação direta entre a crise ambiental global e a crise econômica mundial. É resultado da postura coerente do PSOL e da ruptura de Marina com o lulismo.



A racionalidade ambiental, conceito desenvolvido por Enrique Leff, implica na desconstrução da racionalidade capitalista do mundo globalizado. Esse esforço supera os movimentos ambientalistas e a ética ecológica do senso comum e marca a passagem da modernidade para a pós-modernidade, onde a racionalidade ambiental aponta ao anti-capitalismo. O diálogo entre Marina e Heloísa demonstra isso claramente.



Essa aproximação, além de tirar o sono das elites e apontar uma alternativa ambiental de poder socialista concreta à globalização no Brasil, pode ser capaz de reverter injustiças históricas na Amazônia brasileira e no país.



Mesmo com 1 milhão de barcos navegando em seus rios, construídos por uma das indústrias navais artesanais mais avançadas do mundo, a Amazônia não possui escolas profissionalizantes navais ou linhas de financiamento aos construtores tradicionais. Apesar de o Fundo de Marinha Mercante possuir R$ 10 bilhões para investir no setor anualmente. Resulta da ausência de racionalidade ambiental no planejamento público.



Apesar de ser a maior e mais importante bacia hidrográfica do Planeta Terra, a Amazônia não possui nenhum comitê gestor de bacia hidrográfica. Mesmo o Brasil possuindo centenas de comitês em funcionamento e o PAC programar dezenas de projetos hidrelétricos na bacia amazônica, envolvendo milhares de pessoas.



A união entre racionalidade ambiental e alternativa socialista no Brasil, representada pela possibilidade de aliança entre Marina Silva e Heloísa Helena em 2010, significa o grande fato novo digno de nota na América Latina atualmente.



Kenzo Jucá é sociólogo e assessor da Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados.

Leia a carta de Frei Henri à Ana Júlia

Senhora Governadora,



Manifestamos a nossa grande preocupação a respeito dos acontecimentos na “Curva do S”, no Município de Eldorado do Carajás, sexta feira 06 de novembro passado, que poderiam ter provocado uma nova tragédia entre a Policia e os trabalhadores sem terras.



Nesse sentido, queremos manifestar nosso total apoio aos defensores públicos Dr. Rossivagner Santana Santos e Dr Arclébio Avelino da Silva e ao advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dr. José Gonçalves Afonso que tomaram com coragem a defesa dos trabalhadores rurais e tentaram acalmar os espíritos em um momento de extrema tensão dos dois lados e parabenizá-los por sua atuação. Sendo por opção e por compromisso pessoal ou institucional, dedicados a defesa dos cidadãos brasileiros indefesos, no caso, desses trabalhadores sem terra que se encontravam na “Curva do S”, eles foram absolutamente fiéis aos seus compromissos com a Defensoria Pública e com a CPT.



Temos acompanhado a atuação dos dois defensores públicos e do advogado da CPT há vários anos e não ficamos surpresos com a atitude corajosa e justa desses defensores dos direitos humanos, nesse caso.



Presenciamos a atuação do Dr. Rossivagner junto com o Dr. Marco Apolo, presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), no fim de 2006, na defesa de dezenas de trabalhadores rurais com suas mulheres e crianças, vítimas da violência e torturas das Policias do Estado na operação, batizada oficialmente como “Paz no campo”, mas conhecida por todos os movimentos sociais e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da região e pela Igreja Católica como “Terror no campo”. Aproveitamos para expressar também à Senhora nossa preocupação sobre a nova atitude de repressão das Policias contra o bloqueio de uma estrada por movimentos populares.



Nesses últimos anos, houve vários bloqueios de estradas no Sul do Pará por trabalhadores rurais sem terra, às vezes durante horas, sem provocar nenhum problema com a Policia, a qual, com diálogo, conseguia pacificamente interrupções e abertura do bloqueio, como isso aconteceu, inclusive, logo depois do ataque dos seguranças da empresa Santa Bárbara de Daniel Dantas em abril desse ano contra os sem terras da Fazenda Espírito Santo que feriram gravemente 7 trabalhadores.



Nós fomos testemunhas em 2007 da atitude de um juiz que, encontrando-se bloqueado por uma barragem do MST na PA 150, informando-se do motivo, se solidarizou publicamente com os sem terras e se juntou mesmo à sua comissão para apoiar suas reivindicações na prefeitura do município.



O Ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, no seu importante discurso na abertura do IV Seminário Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos em 4 de novembro passado, declarou que estava acompanhando de perto os conflitos pela terra no sul do Pará e que a violência está historicamente vinculada ao processo de concentração de terras do país e teme que a situação piore com a participação de equipes de vigilância armada contratadas por fazendeiros da região. Ele citou a empresa Santa Bárbara, de Daniel Dantas que adquiriu 500.000 hectares de terras do Estado cuja maioria dos seguranças atua de forma irregular, com violência. Denunciou também o processo de criminalização de lutas sociais no Brasil.



A Senhora denunciou também fortemente, seja como Senadora, seja como Governadora a concentração de terras. Depende hoje da senhora que boa parte dos 500.000 hectares de terras adquiridos ilegalmente por Daniel Dantas do Estado e com fortes indícios de lavagem de dinheiro, sejam destinados ao Programa de Reforma Agrária.



Depende da Governadora que as Polícias do Pará, no lugar de criminalizar o MST, criminalizem as empresas de segurança, como a “Marca”, denunciada há anos pela CPT do Sul do Pará por sua atuação irregular e criminosa, hoje ao serviço de Daniel Dantas. No IV Seminário Nacional da Proteção de Defensores Humanos, estava presente a Comissária da ONU para assuntos de Direitos Humanos, Navy Pillay, que advertiu sobre excessos cometidos por policiais: “Agentes policiais tem que saber que não podem abusar de seu exercício profissional”. Essa advertência vale certamente para os policiais do Pará.



Frei Henri des Roziers

Coordenador da CPT Sul do Pará

EUA e CHINA juntos contra o clima


BRASIL LIDERA MOTIM CONTRA EUA E CHINA

A manobra dos EUA e da China para esvaziarem a conferência sobre o clima, em Copenhague, gerou uma rebelião entre países que propõem metas de emissão de gases do efeito estufa. A reação ao boicote americano e chinês é liderada pelo Brasil em duas vertentes: de um lado os ministros Dilma Rousseff e Carlos Minc intensificaram um corpo a corpo diplomático junto à União Europeia, África e Ásia. Querem a adesão a um manifesto por medidas urgentes, a ser apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do outro a pressão via ONGs internacionais sobre o presidente Barack Obama.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Lutas de Classes


"Quem falar de revolução e de luta de classes sem se referir explicitamente à vida quotidiana, e sem compreender no que há de subversivo nas relações amorosas e de positivo na recusa das coerções, esses, que assim falam, têm um cadáver na boca"
(R. Vaneigem, in Traité de savoir-vivre à l'usage des jeunes générations)


Raoul Vaneigem ( n. 1934 ) é um escritor e filósofo belga, um dos principais membros do movimento político e artístio conhecido com o nome de internacional situacionista durante a década de 1960
http://fr.wikipedia.org/wiki/Raoul_Vaneigem
http://library.nothingness.org/authors.php3?id=4


Tratado de saber viver para uso das novas gerações:
http://arikel.free.fr/aides/vaneigem/

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tragédia Ambiental


A praia de Crispim ficou tomada por milhares de sardinhas mortasCerca de 5,5 toneladas de sardinhas mortas vieram parar na praia do Crispim e o estuário Camará, ambos no município de Marapanim, nordeste do Pará. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do município, 4 toneladas do peixe chegaram a Crispim e 1,5 tonelada ao Camará. Ainda não há uma explicação definitiva para a morte das sardinhas, se as causas são naturais ou devido a acidente ecológico.

“No ano passado isso também aconteceu, mas foi só uma tonelada de peixe, mais ou menos, que apareceu morto aqui”, afirma o secretário de Meio Ambiente Afonso Guimarães. Ele diz que, por enquanto, as únicas explicações que nós temos são as dos pescadores que moram no local, de que a causa seria o encontro de águas oceânicas com águas dos rios em temperaturas diferentes, provocando um choque térmico que afetou os cardumes de sardinha.

O fato de que a mortandade tenha acontecido também no ano passado reforça a hipótese de que a causa da morte não seja um acidente ecológico. De acordo com a Polícia Civil, agentes da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) irão ao local hoje para avaliar a situação. Afonso Guimarães informou também que três técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) foram ontem ao local onde as sardinhas apareceram mortas e coletaram material.

A maior parte do pescado que apareceu morto na praia Crispim foi enterrado pela secretaria de Meio Ambiente do município nas proximidades da praia, em um buraco coberto com uma camada de cal, para evitar que o mau cheiro se espalhe. Ontem, os odores do processo de decomposição dos peixes já podia ser sentido em um raio de dois quilômetros.

A retirada do pescado do local, de acordo com o secretário, visa também evitar a contaminação do solo. A Praia do Crispim está nas proximidades da reserva ecológica da ilha de Maiandeua (Algodoal). (Diário do Pará)