quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A gozação já começou: Olimpiadas Rio 2016

Mal o Brasil ganhou o direito de sediar as olimpiadas de 2012 e já começaram as "brincadeiras" (Coloco entre aspas, pois além de ser uma brincadeira considero bem mais que isso...).







quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vejam que matéria interessante do Candido Neto sobre o Filme AVATAR



Avatarzônia

Assisti na primeira semana do ano ao filme Avatar, escrito e dirigido por James Cameron, famoso por películas como “Titanic” e “O Exterminador do Futuro”, ambas com boas metáforas sobre a condição humana, mas que se perdem diante da estratégia comercial dos filmes.

Este ‘pecado’ também está em Avatar. O fato de já ter sido montado como o filme de maior bilheteria de todos os tempos (será que o mundo vai acabar este ano?) foi prejudicial ao enredo. Em vários momentos, cenas carregadas de efeitos especiais parecem demasiadamente excessivas, mesmo para mostrar a exuberância do planeta Pandora, onde os fatos se desenrolam, ou quando a atuação dos atores é visivelmente prejudicada diante de tanto artificialismo. A película também está em 3D. Esta dicotomia entre história e efeitos especiais parece que se aprofundou em Avatar devido a toda essa estratégia comercial.

Mas, ao contrário de Titanic e do Exterminador, há em Avatar uma história inovadora, talvez por retratar algo não muito novo na trajetória da humanidade. É a história, independente dos efeitos, o melhor do filme.

O planeta Pandora é povoado por povos originários - os Na'vis- e está em processo de colonização por seres humanos. E assim começa o filme. As referências ao planeta Terra no enredo surgem como um recurso natural esgotado. Já os recursos científicos e tecnológicos da humanidade neste tempo histórico são impressionantes. Lamentavelmente, o ‘futuro’ ainda mantém uma poderosa indústria de guerra, as relações de exploração e opressão e a destruição da natureza como pressuposto ao desenvolvimento econômico. Isso numa análise sóciopolítico é péssimo, já que induz a ideologia de que a humanidade em perspectiva histórica será sempre capitalista, mas para o enredo do filme, esta humanidade predadora é excelente.

Em filmes assim a maldade e a bondade estão muito bem separadas em papéis. Em Avatar é a humanidade capitalista a representação da maldade. A exceção de Distrito 9, não lembro de outro filme com alienígenas onde estes estejam em condição tão antagônica com os humanos e os humanos estão tão explicitados como o mal. Se bem que os alienígenas da história somos nós, e não eles!

A colonização de Pandora se dar com o objetivo de extrair um poderoso e valioso minério – o fictício unobtanium. Pandora também possui uma alta biodiversidade e povos nativos umbilicalmente ligados à natureza, até no sentido literal, e que atacam constantemente a base militar humana. Já no início do filme, este cenário me fez lembrar o processo de expansão capitalista na Amazônia com seus projetos hidrelétricos, a extração de madeira , o agronegócio e as grandes multinacionais mineradoras em conflito com ribeirinhos, indígenas, quilombolas, seringueiros e outros povos chamados tradicionais.

A atmosfera do planeta é tóxica aos humanos que necessitam usar máscaras. O desenvolvimento de um protótipo dos Na’vís – o povo local – através de um programa chamado Avatar superaria este problema e abriria a possibilidade de uma “pacificação” entre os nativos e os humanos alienígenas. A tecnologia permite o controle mental dos protótipos de humanos conectados em máquinas.

Esta estratégia de humanos travestidos de nativos se infiltrando na comunidade local para convencê-la das boas intenções humanas metaforicamente me pareceu técnicos, ongueiros, e extensionistas e sua relação histórica com os povos do campo; os agentes do FMI e do Banco Mundial nos países pobres do globo ou os políticos do PT e da CUT no interior dos movimentos sociais. Buscam uma “pacificação” por meio de alianças/parcerias, mesmo que para isso signifique o extermínio de culturas, tradições e povos. Embutem a ideologia do inevitável/inexorável como pressuposto para evitar a luta social.

Jake Sully (Sam Worthington) – um soldado paraplégico - é um dos humanos a fazer parte do projeto. Sua participação é acidental. A possibilidade de voltar a andar através do protótipo de um Na’vi o faz vê as novas possibilidades do novo mundo. Sigourney Weaver, a melhor do elenco que não é lá essas coisas, é uma espécie de antropóloga-botânica. Entre os humanos é ela que mais conseguiu avançar no contato com os indígenas. Numa expedição, Jake Sully se perde do grupo ao ser atacado por uma fera local e conhece a nativa Neytiri, surgindo daí uma história de amor.

O romance lembra outras históricas já batidas no cinema, mas os conflitos entre espécies, civilizações e mundos tão antagônicos trazem elementos psicológicos muito interessantes, apesar da atuação do ator Sam Worthington deixar a desejar neste aspecto, ou melhor, os efeitos especiais deixaram a desejar, já que 60% do filme é computação gráfica.

Avatar é uma excelente metáfora do presente. Não considerei um filme ecológico como li em algum lugar e sim um filme sobre os destinos da humanidade onde a natureza é colocada como um dos elementos desta questão. Mas há ainda outros lados muito bem tratados como a possibilidade da humanidade se vê como o estranho, a inexistência de neutralidade nas lutas sociais, a inexistência de superioridade cultural e como é possível aprender com as diferenças. Mesmo quando erra como na batida fórmula do herói branco do norte capaz de coisas pra lá de espetaculares, Avatar trás reflexões.

Impossível não comparar um dos momentos mais dramáticos do filme, quando os reais planos dos humanos vêem a tona e os argumentos de uma negociação mediada caem por completo. Os efeitos especiais nesta parte foram muito bem usados e analogicamente lembram Gaza ou Bagdá sendo bombardeadas por Israel ou Estados Unidos, diante da brava resistência. Também é impossível não pensar no choque dos grandes projetos na Amazônia que quase dizimaram os paranás no norte do Mato Grosso quando da abertura da BR-163 e os gavião durante a construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará.

Bom para lembrar ainda que assim como os Na’vís, hoje há uma brava resistência de comunidades na Gleba Nova Olinda e na Resex Renascer contra e extração de madeira e de indígenas e ribeirinhos do Xingu contra a hidrelétrica de Belo Monte, todos exemplos aqui no Pará mas que podem ser ilustrados mundo a fora. Porém, há ainda muitos humanos travestidos de Na’vis, lobos em pele de cordeiro, levando grupos inteiros à completa derrota e perda de sua identidade cultura e material.

Estas possibilidades de reflexão salvam Avatar e tornam o filme bom para ser assistido e debatido.

Cândido Neto da Cunha, 21 de janeiro de 2009.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Amigo da Onça

Postagem do Blog do Candido Neto

Como VEJA está depredando o jornalismo
1-O MST do Pará esclarece que não tem nenhuma fazenda ocupada no município de Tailândia, como afirma a reportagem da Revista Veja “Predadores da floresta” nesta semana. Não temos nenhuma relação com as atividades nessa área. A Veja continua usando seus tradicionais métodos de mentir e repetir mentiras contra os movimentos sociais para desmoralizá-los, como lhes ensinou seu mestre Joseph Goebbels. A reportagem optou por atacar mais uma vez o MST e abriu mão de informar que o nosso movimento não tem base social nesse município, dando mais um exemplo de falta de respeito aos seus leitores.
2-A área mencionada pela reportagem está em uma das regiões onde mais se desmata no Pará, com um índice elevado de destruição de floresta por causa da expansão do latifúndio e de madeireiras. Em 2007, a região de Tailândia sofreu uma intervenção da Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal, e latifundiários e donos de serrarias foram multados pelo desmatamento. Os madeireiros e as empresas guseiras estimulam o desmatamento para produzir o carvão vegetal para as siderúrgicas, que exportam a sua produção. Por que a Veja não denuncia essas empresas?
3-Na nossa proposta e prática de Reforma Agrária e de organização das famílias assentadas, defendemos a recuperação das áreas degradas e a suspensão dos projetos de colonização na Amazônia. Defendemos o “Desmatamento Zero” e a desapropriação de latifúndios desmatados para transformá-los em áreas de produção de alimentos para as populações das cidades próximas. Também defendemos a proibição da venda de áreas na Amazônia para bancos e empresas transnacionais, que ameaçam a floresta com a sua expansão predatória (como fazem o Banco Opportunity, a Cargill e a Alcoa, entre outras empresas).
4-A Veja tem a única missão de atacar sistematicamente o MST e a organização dos camponeses da Amazônia, para esconder e defender os privilégios dos verdadeiros saqueadores das riquezas naturais. Os que desmatam as florestas para o plantio de soja, eucalipto e para a pecuária extensiva no Pará não são os sem-terra. Esse tipo de exploração é uma necessidade do modelo econômico agroexportador implementado no Estado, a partir da espoliação e apropriação dos recursos naturais, baseado no latifúndio, nas madeireiras, no projeto de exportação mineral e no agronegócio.
5-Por último, gostaríamos de comunicar à sociedade brasileira que estamos construindo o primeiro assentamento Agroflorestal, com 120 famílias nos municípios de Pacajá, Breu Branco e Tucuruí, no sudeste do Estado, em uma área de 5200 hectares de floresta. Nessa área, extraímos de forma auto-sustentável e garantimos renda da floresta para os trabalhadores rurais, que estão organizados de maneira a conservar a floresta e o desenvolvimento do assentamento.


DIREÇÃO ESTADUAL DO MST DO PARÁ

Marabá, 12 de janeiro de 2010

Crescimeto Econômico ou desenvolvimento humano (Edilberto Sena*)

O presidente da República travou uma guerra com o presidente da multinacional Vale do Rio Doce por causa da instalação de uma usina siderúrgica em Marabá, no Pará. Dizem uns, que o Presidente da República ganhou a parada e a Vale vai construir sim, a siderúrgica em Marabá.

Eis agora outro grave desafio: uma usina siderúrgica carece de intensivo calor para transformar o ferro bruto em aço e outros derivados. Essa energia virá, ou com queima de madeira, o que será um desastre ambiental pela destruição de floresta, ou com uso intensivo de energia elétrica, que viria da futura usina de Belo Monte, outro desastre ambiental, econômico e social.

Esta é uma das razões por que os dois Ministérios Públicos: o Federal e o Estadual estão com muito cuidado e exigem mais estudos de impactos antes de serem iniciados os dois grandes projetos. Outra grande questão que leva a se duvidar desses grandes projetos é: quem mesmos está lucrando com a siderúrgica e com a usina de Belo Monte?
O presidente da República quer o crescimento econômico a todo custo; o presidente da Vale quer lucro e mais lucro a todo custo; o Estado do Pará tem as duas grandes fontes de lucro e de crescimento: a energia elétrica abundante e os minérios abundantes. Mas, e os 7 milhões de paraenses, o que é que ganham?

O Estado do Pará é um dos mais atrasados em desenvolvimento humano no Brasil. O funcionamento da Cosampa em Santarém sucateada é só um exemplo; a precariedade do Hospital Regional no Oeste do Pará é outro, a falta de asfaltamento na maioria das estradas estaduais na Calha Norte é mais outro exemplo do atraso em desenvolvimento humano. E aí se pergunta o que é importante: crescimento econômico, riqueza damultinacional Vale do Rio Doce, ou melhoria da qualidade de vida dos paraenses? Crescimento econômico ou desenvolvimento humano?

*Padre diocesano e Coordenador da Rádio Rural AM de Santarém. Editorial de 11 de janeiro de 2009.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Vocabulário da Vida (para começar o ano bem)

Adeus:
É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.
Amigo:
É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.
Amor ao próximo:
É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos.
Caridade:
É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.
Ciúme:
É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.
Lágrima:
É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.
Mágoa:
É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar
Netos:
É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los.
Orgulho:
É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.
Perdão:
É uma alegria que a gente dá e que pensava que jamais a teria.
Pessimismo:
É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.
Paz:
É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever.
Raiva:
É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.
Simplicidade:
É o comportamento de quem começa a ser sábio.
Saudade:
É estando longe, sentir vontade de voar; e estando perto, querer parar o tempo.
Sexo:
É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro.
Solidão:
É quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.
Ternura:
É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.
Sinceridade:
É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.