Brasília, 09 de dezembro de 2009,
Companheiro Presidente Luis Inácio da Silva – Lula
Declino, com tristeza e pesar, o convite para integrar a comitiva presidencial que estará neste dia 10 em São Luís do Maranhão.
Assim como milhares de petistas, lutei e sonhei com o momento em que o teria entre nós como o Presidente do Brasil para anunciar boas novas que diminuirão a pobreza e a escravidão do nosso povo.
V. Exª é testemunha e deve se lembrar do sofrimento que passamos no processo de construção do PT e de sua própria liderança, quando enfrentamos os filhos da ditadura, os vampiros do nosso povo, os devoradores dos sonhos de nossa gente, representados pelo grupo político comandado pelo Senador José Sarney.
V. Ex ainda deve se lembrar dos atos públicos que fizemos na Praça Deodoro, denunciando as barbaridades da oligarquia; das caminhadas avermelhadas pela rua Grande, arrastando multidões gritando “Fora Sarney”; da emocionante subida da ladeira do Jacaré para verificar a olho nu o abandono do município de Alcântara; da Caravana da Cidadania que, saindo de Caxias, espalhou esperanças entre os quilombolas de Codó; as quebradeiras de coco de São José dos Mouras, em Lima Campos; perante as viúvas de lavradores vítimas do latifúndio, aliado e sustentado pelo grupo dominante; do ato público realizado na empoeirada cidade de Buriticupu; do espanto nas usinas de ferro gusa de Açailândia, causado pela queima desmedida e sem controle de madeira nativa; e do grandioso encerramento da caravana em Imperatriz, com discurso radicais de condenação à pobreza do povo maranhense.
V. Exª deve se recordar da última vez que esteve em São Luís, há exatos 11 anos, para participar, em 1998, do comício em apoio à minha candidatura a Governador do Maranhão quando, embora sem qualquer estrutura, me submeti ao delicioso sacrifício de apoio à sua candidatura a Presidente da República enfrentando o rolo compressor da campanha de Fernando Henrique Cardoso, que foi apoiado por dois mandatos pela mesma turma que hoje lambe os seus pés para se aproveitar de seu governo e de sua popularidade.
Não posso esconder a decepção de não poder compartilhar deste momento em que V. Exª retorna à minha terra, agora como Presidente da República que ajudamos a eleger e que realiza um governo exitoso.
Estou triste, porém a minha consciência não me permite estar no mesmo palanque de um grupo político que há mais de quarenta anos explora, maltrata e debocha do nosso povo.
Não posso confundir a minha imagem com a sombra dessa gente que cassa um governador eleito; cassa um juiz que atendeu aos reclamos da população carente; cassa um prefeito do PT e que implanta o terror no Estado.
Não posso confundir a minha identidade com um grupo cujo líder é objeto de escárnio da cidadania brasileira pelas revelações recentes de uma ínfima parte dos crimes praticadas contra o erário público.
Não posso me curvar ao oportunismo de aproveitar a sua popularidade e a multidão que lhe aguarda, para trocar beijinhos e apertos de mãos com uma governadora de quatro votos, que de forma covarde e indevida se intrometeu na eleição interna do PT pressionando, coagindo e ameaçando nossos prefeitos e lideranças petistas e de partidos aliados.
Posso imaginar o sofrimento de V. Exª diante das pressões espúrias e das chantagens rotineiras por cargos, verbas e outras rações que alimentam verdadeiras quadrilhas organizadas e tenho certeza de que V. Exª não esqueceu o desrespeito do Senador José Sarney durante a eleição para Presidência do Senado; a humilhação imposta pelo Senador Sarney à Senadora Ideli Salvatti (PT-SC), derrotada na Comissão de Infra Estrutura para ressuscitar Collor de Melo; na manobra do Senador José Sarney que ficou em casa para facilitar que o Senador Marconi Perillo (PSDB-GO) instalasse a CPI da Petrobrás para usá-la como arma contra o governo; o presente que o Senador Jose Sarney deu à Senadora Kátia Abreu (Demo), inimiga do governo, para relatar a Medida Provisória n. 458 que regularizou mais de 60 milhões de terras na Amazônia.
Tenho consciência de suas enormes responsabilidades ao governar um país complexo e ainda dominado por tanto picaretas, muitos deles arranchados nas estruturas de poder e, em especial, no Congresso Nacional.
Sei que tens que engolir sapo para poder governar. Compreendo que V. Exª, por dever de oficio, tem de manter relações e até amizades com os inimigos de ontem, os aproveitadores de hoje e adversários de amanhã, em prejuízo de seus companheiros de ontem, de hoje e de sempre.
Porém a vida não pára. O mundo muitas voltas dá. Amanhã será outro dia, e com certeza nos encontremos no Maranhão ou em outros cantos do Brasil, em companhia de gente menos catingosa.
Boa sorte em seu esperado retorno a São Luís.
Justiça se faz na luta.
DEP. FED. DOMINGOS DUTRA
PT-MA
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Campanhas publicitárias em favor do Meio Ambiente
SAFE é uma instituição de proteção aos animais que faz várias campanhas para expor e questionar a utilização desnecessária deles em experimentos e explorações comerciais. O anúncio acima tem como alvo o uso dos bichos como cachecóis, botas e outros produtos de couro e assim por diante.
Uma associação de proteção ao meio ambiente e sua agência de publicidade tiveram a idéia de colocar outdoors logo acima de buracos de esgotos para dar a idéia de que água suja é como cocô. Eles queriam despertar o cuidado das pessoas para com o ambiente por meio de fortes impactos visuais e até aversão física.
Diesel, a fabricante italiana de roupas, colocou, no fim de janeiro, propagandas em jornais, revistas e outdoors que traziam modelos posando com roupas da marca em um mundo afetado pelo aquecimento global. Nas fotos acima, você vê o Cristo Redentor coberto de água até os pés e Nova York praticamente submersa.
Propagandas em prol do meio ambiente
Nesse anúncio, as árvores foram posicionadas para parecer pulmões. A área desmatada é um alerta, e a frase no canto diz: "Antes que seja tarde demais".
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Os verdadeiros heróis americanos
Vi há alguns dias atrás no blog do Sakamoto algumas fotografias e o link que dava acesso a outras, sobre alguns heróis que são os imigrantes nos EUA. Trata-se de uma obra da fotógrafa Dulce Pinzón que aborda a situação dos latino-americanos naquele país, trabalhadores que no ensaio aparecem fantasiados.
CPT divulga dados parciais de conflitos e violência no campo
A CPT Nacional divulgou, no dia 23 de novembro, os dados parciais de conflitos e violência no campo referente ao período de janeiro a 15 de novembro, desse ano.
Sob o título “Sintonia entre capital e Estado mantém a violência no campo”, os dados revelam que os conflitos e a violência continuam ameaçando a vida do povo do campo. Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de conflitos diminuiu de 942 em 2008, para 731 em 2009; as ocupações se mantiveram praticamente estáveis, com 231 esse ano; os acampamentos diminuíram de 37 para 32; as torturas aumentaram de 3 para 20 e os assassinatos mantiveram em 20 (existem assassinatos em investigação, que não foram contabilizados).
Para conferir os dados, na íntegra, acesse o site da CPT (www.cptnacional.org.br).
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Marina Silva e Heloísa Helena: duas contra três em 2010
Escrito por Kenzo Jucá
17-Nov-2009
Marina Silva e Heloísa Helena juntas em 2010 – duas mulheres pobres, Amazônia e Nordeste. Ambas negaram o pacto do poder pelo mero poder. Esse cenário tira o sono da elite brasileira.
O anúncio oficial dessa possibilidade, feito pelo PSOL essa semana, foi precedido por artigo atônito de José Dirceu, onde acusa o golpe desferido por Marina e Heloísa nos flancos de Dilma Roussef e José Serra de uma só vez.
O que mais preocupa PT, PMDB, PSDB e PSB nessa provável aliança é que atinge de uma só tacada as candidaturas Dilma, Serra e Ciro. Caso aliada à Heloísa Helena (candidata ao Senado), a candidatura Marina à presidência estará afirmando categoricamente ao Brasil que a agenda ambiental não é compatível com o modelo neoliberal e com a racionalidade capitalista hegemônica no mundo, representada pelas três candidaturas.
Seriam duas contra três. Seria um simbolismo do antagonismo entre trabalhadores e excluídos ante o sistema financeiro, empreiteiras e agronegócio, superando maniqueísmos. A complexidade da crise ambiental tomaria seu lugar: uma questão econômica e política objetiva, não somente filosófica ou subjetiva como fazem crer.
A aproximação entre Marina e Heloísa demonstra estar além da reconhecida amizade pessoal entre ambas ou de mera conjuntura eleitoral. Mais que isso, o diálogo é fruto da relação direta entre a crise ambiental global e a crise econômica mundial. É resultado da postura coerente do PSOL e da ruptura de Marina com o lulismo.
A racionalidade ambiental, conceito desenvolvido por Enrique Leff, implica na desconstrução da racionalidade capitalista do mundo globalizado. Esse esforço supera os movimentos ambientalistas e a ética ecológica do senso comum e marca a passagem da modernidade para a pós-modernidade, onde a racionalidade ambiental aponta ao anti-capitalismo. O diálogo entre Marina e Heloísa demonstra isso claramente.
Essa aproximação, além de tirar o sono das elites e apontar uma alternativa ambiental de poder socialista concreta à globalização no Brasil, pode ser capaz de reverter injustiças históricas na Amazônia brasileira e no país.
Mesmo com 1 milhão de barcos navegando em seus rios, construídos por uma das indústrias navais artesanais mais avançadas do mundo, a Amazônia não possui escolas profissionalizantes navais ou linhas de financiamento aos construtores tradicionais. Apesar de o Fundo de Marinha Mercante possuir R$ 10 bilhões para investir no setor anualmente. Resulta da ausência de racionalidade ambiental no planejamento público.
Apesar de ser a maior e mais importante bacia hidrográfica do Planeta Terra, a Amazônia não possui nenhum comitê gestor de bacia hidrográfica. Mesmo o Brasil possuindo centenas de comitês em funcionamento e o PAC programar dezenas de projetos hidrelétricos na bacia amazônica, envolvendo milhares de pessoas.
A união entre racionalidade ambiental e alternativa socialista no Brasil, representada pela possibilidade de aliança entre Marina Silva e Heloísa Helena em 2010, significa o grande fato novo digno de nota na América Latina atualmente.
Kenzo Jucá é sociólogo e assessor da Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados.
17-Nov-2009
Marina Silva e Heloísa Helena juntas em 2010 – duas mulheres pobres, Amazônia e Nordeste. Ambas negaram o pacto do poder pelo mero poder. Esse cenário tira o sono da elite brasileira.
O anúncio oficial dessa possibilidade, feito pelo PSOL essa semana, foi precedido por artigo atônito de José Dirceu, onde acusa o golpe desferido por Marina e Heloísa nos flancos de Dilma Roussef e José Serra de uma só vez.
O que mais preocupa PT, PMDB, PSDB e PSB nessa provável aliança é que atinge de uma só tacada as candidaturas Dilma, Serra e Ciro. Caso aliada à Heloísa Helena (candidata ao Senado), a candidatura Marina à presidência estará afirmando categoricamente ao Brasil que a agenda ambiental não é compatível com o modelo neoliberal e com a racionalidade capitalista hegemônica no mundo, representada pelas três candidaturas.
Seriam duas contra três. Seria um simbolismo do antagonismo entre trabalhadores e excluídos ante o sistema financeiro, empreiteiras e agronegócio, superando maniqueísmos. A complexidade da crise ambiental tomaria seu lugar: uma questão econômica e política objetiva, não somente filosófica ou subjetiva como fazem crer.
A aproximação entre Marina e Heloísa demonstra estar além da reconhecida amizade pessoal entre ambas ou de mera conjuntura eleitoral. Mais que isso, o diálogo é fruto da relação direta entre a crise ambiental global e a crise econômica mundial. É resultado da postura coerente do PSOL e da ruptura de Marina com o lulismo.
A racionalidade ambiental, conceito desenvolvido por Enrique Leff, implica na desconstrução da racionalidade capitalista do mundo globalizado. Esse esforço supera os movimentos ambientalistas e a ética ecológica do senso comum e marca a passagem da modernidade para a pós-modernidade, onde a racionalidade ambiental aponta ao anti-capitalismo. O diálogo entre Marina e Heloísa demonstra isso claramente.
Essa aproximação, além de tirar o sono das elites e apontar uma alternativa ambiental de poder socialista concreta à globalização no Brasil, pode ser capaz de reverter injustiças históricas na Amazônia brasileira e no país.
Mesmo com 1 milhão de barcos navegando em seus rios, construídos por uma das indústrias navais artesanais mais avançadas do mundo, a Amazônia não possui escolas profissionalizantes navais ou linhas de financiamento aos construtores tradicionais. Apesar de o Fundo de Marinha Mercante possuir R$ 10 bilhões para investir no setor anualmente. Resulta da ausência de racionalidade ambiental no planejamento público.
Apesar de ser a maior e mais importante bacia hidrográfica do Planeta Terra, a Amazônia não possui nenhum comitê gestor de bacia hidrográfica. Mesmo o Brasil possuindo centenas de comitês em funcionamento e o PAC programar dezenas de projetos hidrelétricos na bacia amazônica, envolvendo milhares de pessoas.
A união entre racionalidade ambiental e alternativa socialista no Brasil, representada pela possibilidade de aliança entre Marina Silva e Heloísa Helena em 2010, significa o grande fato novo digno de nota na América Latina atualmente.
Kenzo Jucá é sociólogo e assessor da Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados.
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Leia a carta de Frei Henri à Ana Júlia
Senhora Governadora,
Manifestamos a nossa grande preocupação a respeito dos acontecimentos na “Curva do S”, no Município de Eldorado do Carajás, sexta feira 06 de novembro passado, que poderiam ter provocado uma nova tragédia entre a Policia e os trabalhadores sem terras.
Nesse sentido, queremos manifestar nosso total apoio aos defensores públicos Dr. Rossivagner Santana Santos e Dr Arclébio Avelino da Silva e ao advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dr. José Gonçalves Afonso que tomaram com coragem a defesa dos trabalhadores rurais e tentaram acalmar os espíritos em um momento de extrema tensão dos dois lados e parabenizá-los por sua atuação. Sendo por opção e por compromisso pessoal ou institucional, dedicados a defesa dos cidadãos brasileiros indefesos, no caso, desses trabalhadores sem terra que se encontravam na “Curva do S”, eles foram absolutamente fiéis aos seus compromissos com a Defensoria Pública e com a CPT.
Temos acompanhado a atuação dos dois defensores públicos e do advogado da CPT há vários anos e não ficamos surpresos com a atitude corajosa e justa desses defensores dos direitos humanos, nesse caso.
Presenciamos a atuação do Dr. Rossivagner junto com o Dr. Marco Apolo, presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), no fim de 2006, na defesa de dezenas de trabalhadores rurais com suas mulheres e crianças, vítimas da violência e torturas das Policias do Estado na operação, batizada oficialmente como “Paz no campo”, mas conhecida por todos os movimentos sociais e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da região e pela Igreja Católica como “Terror no campo”. Aproveitamos para expressar também à Senhora nossa preocupação sobre a nova atitude de repressão das Policias contra o bloqueio de uma estrada por movimentos populares.
Nesses últimos anos, houve vários bloqueios de estradas no Sul do Pará por trabalhadores rurais sem terra, às vezes durante horas, sem provocar nenhum problema com a Policia, a qual, com diálogo, conseguia pacificamente interrupções e abertura do bloqueio, como isso aconteceu, inclusive, logo depois do ataque dos seguranças da empresa Santa Bárbara de Daniel Dantas em abril desse ano contra os sem terras da Fazenda Espírito Santo que feriram gravemente 7 trabalhadores.
Nós fomos testemunhas em 2007 da atitude de um juiz que, encontrando-se bloqueado por uma barragem do MST na PA 150, informando-se do motivo, se solidarizou publicamente com os sem terras e se juntou mesmo à sua comissão para apoiar suas reivindicações na prefeitura do município.
O Ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, no seu importante discurso na abertura do IV Seminário Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos em 4 de novembro passado, declarou que estava acompanhando de perto os conflitos pela terra no sul do Pará e que a violência está historicamente vinculada ao processo de concentração de terras do país e teme que a situação piore com a participação de equipes de vigilância armada contratadas por fazendeiros da região. Ele citou a empresa Santa Bárbara, de Daniel Dantas que adquiriu 500.000 hectares de terras do Estado cuja maioria dos seguranças atua de forma irregular, com violência. Denunciou também o processo de criminalização de lutas sociais no Brasil.
A Senhora denunciou também fortemente, seja como Senadora, seja como Governadora a concentração de terras. Depende hoje da senhora que boa parte dos 500.000 hectares de terras adquiridos ilegalmente por Daniel Dantas do Estado e com fortes indícios de lavagem de dinheiro, sejam destinados ao Programa de Reforma Agrária.
Depende da Governadora que as Polícias do Pará, no lugar de criminalizar o MST, criminalizem as empresas de segurança, como a “Marca”, denunciada há anos pela CPT do Sul do Pará por sua atuação irregular e criminosa, hoje ao serviço de Daniel Dantas. No IV Seminário Nacional da Proteção de Defensores Humanos, estava presente a Comissária da ONU para assuntos de Direitos Humanos, Navy Pillay, que advertiu sobre excessos cometidos por policiais: “Agentes policiais tem que saber que não podem abusar de seu exercício profissional”. Essa advertência vale certamente para os policiais do Pará.
Frei Henri des Roziers
Coordenador da CPT Sul do Pará
Manifestamos a nossa grande preocupação a respeito dos acontecimentos na “Curva do S”, no Município de Eldorado do Carajás, sexta feira 06 de novembro passado, que poderiam ter provocado uma nova tragédia entre a Policia e os trabalhadores sem terras.
Nesse sentido, queremos manifestar nosso total apoio aos defensores públicos Dr. Rossivagner Santana Santos e Dr Arclébio Avelino da Silva e ao advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dr. José Gonçalves Afonso que tomaram com coragem a defesa dos trabalhadores rurais e tentaram acalmar os espíritos em um momento de extrema tensão dos dois lados e parabenizá-los por sua atuação. Sendo por opção e por compromisso pessoal ou institucional, dedicados a defesa dos cidadãos brasileiros indefesos, no caso, desses trabalhadores sem terra que se encontravam na “Curva do S”, eles foram absolutamente fiéis aos seus compromissos com a Defensoria Pública e com a CPT.
Temos acompanhado a atuação dos dois defensores públicos e do advogado da CPT há vários anos e não ficamos surpresos com a atitude corajosa e justa desses defensores dos direitos humanos, nesse caso.
Presenciamos a atuação do Dr. Rossivagner junto com o Dr. Marco Apolo, presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), no fim de 2006, na defesa de dezenas de trabalhadores rurais com suas mulheres e crianças, vítimas da violência e torturas das Policias do Estado na operação, batizada oficialmente como “Paz no campo”, mas conhecida por todos os movimentos sociais e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da região e pela Igreja Católica como “Terror no campo”. Aproveitamos para expressar também à Senhora nossa preocupação sobre a nova atitude de repressão das Policias contra o bloqueio de uma estrada por movimentos populares.
Nesses últimos anos, houve vários bloqueios de estradas no Sul do Pará por trabalhadores rurais sem terra, às vezes durante horas, sem provocar nenhum problema com a Policia, a qual, com diálogo, conseguia pacificamente interrupções e abertura do bloqueio, como isso aconteceu, inclusive, logo depois do ataque dos seguranças da empresa Santa Bárbara de Daniel Dantas em abril desse ano contra os sem terras da Fazenda Espírito Santo que feriram gravemente 7 trabalhadores.
Nós fomos testemunhas em 2007 da atitude de um juiz que, encontrando-se bloqueado por uma barragem do MST na PA 150, informando-se do motivo, se solidarizou publicamente com os sem terras e se juntou mesmo à sua comissão para apoiar suas reivindicações na prefeitura do município.
O Ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, no seu importante discurso na abertura do IV Seminário Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos em 4 de novembro passado, declarou que estava acompanhando de perto os conflitos pela terra no sul do Pará e que a violência está historicamente vinculada ao processo de concentração de terras do país e teme que a situação piore com a participação de equipes de vigilância armada contratadas por fazendeiros da região. Ele citou a empresa Santa Bárbara, de Daniel Dantas que adquiriu 500.000 hectares de terras do Estado cuja maioria dos seguranças atua de forma irregular, com violência. Denunciou também o processo de criminalização de lutas sociais no Brasil.
A Senhora denunciou também fortemente, seja como Senadora, seja como Governadora a concentração de terras. Depende hoje da senhora que boa parte dos 500.000 hectares de terras adquiridos ilegalmente por Daniel Dantas do Estado e com fortes indícios de lavagem de dinheiro, sejam destinados ao Programa de Reforma Agrária.
Depende da Governadora que as Polícias do Pará, no lugar de criminalizar o MST, criminalizem as empresas de segurança, como a “Marca”, denunciada há anos pela CPT do Sul do Pará por sua atuação irregular e criminosa, hoje ao serviço de Daniel Dantas. No IV Seminário Nacional da Proteção de Defensores Humanos, estava presente a Comissária da ONU para assuntos de Direitos Humanos, Navy Pillay, que advertiu sobre excessos cometidos por policiais: “Agentes policiais tem que saber que não podem abusar de seu exercício profissional”. Essa advertência vale certamente para os policiais do Pará.
Frei Henri des Roziers
Coordenador da CPT Sul do Pará
BRASIL LIDERA MOTIM CONTRA EUA E CHINA
A manobra dos EUA e da China para esvaziarem a conferência sobre o clima, em Copenhague, gerou uma rebelião entre países que propõem metas de emissão de gases do efeito estufa. A reação ao boicote americano e chinês é liderada pelo Brasil em duas vertentes: de um lado os ministros Dilma Rousseff e Carlos Minc intensificaram um corpo a corpo diplomático junto à União Europeia, África e Ásia. Querem a adesão a um manifesto por medidas urgentes, a ser apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do outro a pressão via ONGs internacionais sobre o presidente Barack Obama.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Lutas de Classes

"Quem falar de revolução e de luta de classes sem se referir explicitamente à vida quotidiana, e sem compreender no que há de subversivo nas relações amorosas e de positivo na recusa das coerções, esses, que assim falam, têm um cadáver na boca"
(R. Vaneigem, in Traité de savoir-vivre à l'usage des jeunes générations)
Raoul Vaneigem ( n. 1934 ) é um escritor e filósofo belga, um dos principais membros do movimento político e artístio conhecido com o nome de internacional situacionista durante a década de 1960
http://fr.wikipedia.org/wiki/Raoul_Vaneigem
http://library.nothingness.org/authors.php3?id=4
Tratado de saber viver para uso das novas gerações:
http://arikel.free.fr/aides/vaneigem/
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Tragédia Ambiental

A praia de Crispim ficou tomada por milhares de sardinhas mortasCerca de 5,5 toneladas de sardinhas mortas vieram parar na praia do Crispim e o estuário Camará, ambos no município de Marapanim, nordeste do Pará. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do município, 4 toneladas do peixe chegaram a Crispim e 1,5 tonelada ao Camará. Ainda não há uma explicação definitiva para a morte das sardinhas, se as causas são naturais ou devido a acidente ecológico.
“No ano passado isso também aconteceu, mas foi só uma tonelada de peixe, mais ou menos, que apareceu morto aqui”, afirma o secretário de Meio Ambiente Afonso Guimarães. Ele diz que, por enquanto, as únicas explicações que nós temos são as dos pescadores que moram no local, de que a causa seria o encontro de águas oceânicas com águas dos rios em temperaturas diferentes, provocando um choque térmico que afetou os cardumes de sardinha.
O fato de que a mortandade tenha acontecido também no ano passado reforça a hipótese de que a causa da morte não seja um acidente ecológico. De acordo com a Polícia Civil, agentes da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) irão ao local hoje para avaliar a situação. Afonso Guimarães informou também que três técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) foram ontem ao local onde as sardinhas apareceram mortas e coletaram material.
A maior parte do pescado que apareceu morto na praia Crispim foi enterrado pela secretaria de Meio Ambiente do município nas proximidades da praia, em um buraco coberto com uma camada de cal, para evitar que o mau cheiro se espalhe. Ontem, os odores do processo de decomposição dos peixes já podia ser sentido em um raio de dois quilômetros.
A retirada do pescado do local, de acordo com o secretário, visa também evitar a contaminação do solo. A Praia do Crispim está nas proximidades da reserva ecológica da ilha de Maiandeua (Algodoal). (Diário do Pará)
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
A Expo Ecologia será aberta no sábado (7), na Flimaraca e segue para o Espaço Arena, em Porto de Galinhas



A quinta edição da Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (Fliporto) terá uma programação variada e polos descentralizados. Uma das atrações do evento é a ‘Expo Ecologia’, mostra fotográfica sobre meio ambiente.
A mostra itinerante será aberta no sábado (7), a partir das 13h, na Flimaraca, na Vila de Todos os Santos, em Maracaipe, espaço que integra a programação da Fliporto pelo primeiro ano. No domingo (8), a exposição será conferida no Espaço Arena, em Porto de Galinhas.
A exposição reunirá 32 fotos com a temática da ecologia e meio ambiente. A programação será dedicada à fauna marinha com fotos de tartarugas (foto 1), cavalos marinhos (foto 2), barreiras de corais e manguezais.
Visite e veja que jogo legal!
http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=519&e=NjQ3NjMzMQ==&l=-http--www.greenpeaceweather.com.br/
Veja essa imagem!

Veja quanta incoerência no pensar e agir da humanidade. É como se todos não fossem feitos da mesma matéria e participam da mesma biosfera. A diferêça está não na materialidade, na metafísica, e sim no mundo das idéias que construimos. Sei que a criança que carrega o cartaz tem idéias muito mais gratificantes para a humanidade e para o mundo dos que são alvo de suas críticas...
Política de energia renovável
Política de energias renováveis no Brasil avança
A Comissão Especial de Fontes Renováveis de Energia da Câmara aprovou na quarta-feira (21), por unanimidade, o texto do relator Fernando Ferro (PT-PE). Com isso, avança o que pode um novo marco regulatório, vital para o crescimento do setor de renováveis no Brasil.
Mais: http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=519&e=NjQ3NjMzMQ==&l=-http--www.greenpeace.org/brasil/energia/noticias/pol-tica-de-energias-renovavei
A Comissão Especial de Fontes Renováveis de Energia da Câmara aprovou na quarta-feira (21), por unanimidade, o texto do relator Fernando Ferro (PT-PE). Com isso, avança o que pode um novo marco regulatório, vital para o crescimento do setor de renováveis no Brasil.
Mais: http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=519&e=NjQ3NjMzMQ==&l=-http--www.greenpeace.org/brasil/energia/noticias/pol-tica-de-energias-renovavei
Merenda escolar sem transgênicos!
Merenda escolar de Fortaleza dá um passo para ser livre de transgênicos
Foi aprovado na última terça-feira o projeto de lei do vereador de Fortaleza João Alfredo Telles (PSOL) que proíbe transgênicos na merenda escolar municipal. A nova lei, que também prevê a utilização de alimentos orgânicos, teve a unanimidade dos votos na Câmara Municipal e agora aguarda sanção da prefeita da capital cearense, Luizianne Lins.
Mais: http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=519&e=NjQ3NjMzMQ==&l=-http--www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/noticias/merenda-escolar-de-fortaleza-d
Foi aprovado na última terça-feira o projeto de lei do vereador de Fortaleza João Alfredo Telles (PSOL) que proíbe transgênicos na merenda escolar municipal. A nova lei, que também prevê a utilização de alimentos orgânicos, teve a unanimidade dos votos na Câmara Municipal e agora aguarda sanção da prefeita da capital cearense, Luizianne Lins.
Mais: http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=519&e=NjQ3NjMzMQ==&l=-http--www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/noticias/merenda-escolar-de-fortaleza-d
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Perigo à vista
Foi definido, o presidente da comissão especial do Código Florestal, que irá rever o Código Florestal brasileiro, será Moacir Micheletto, membro da bancada ruralista e vencedor do prêmio Motoserra de Ouro 2001. Os discursos que se seguiram ao anúncio da formação da comissão ficavam entre o cômico e o trágico. Um ouvinte menos avisado era até capaz de se comover com os discursos “verdes” da bancada ruralista. Entenda o problema.
Confira mais aqui: http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=509&e=NjQyNjU2Ng==&l=-http--www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/legisla-o-ambiental-nas-m-os
Confira mais aqui: http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=509&e=NjQyNjU2Ng==&l=-http--www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/legisla-o-ambiental-nas-m-os
Já está no ar
Educação, diversão e mobilização. Tudo reunido em um único link: o Hotsite da Semana da Alimentação, do Greenpeace. Neste hotsite, você encontrará informações sobre a relação do processo produtivo de alguns alimentos e seu impacto sobre o meio ambiente, fotos, vídeo, o jogo "Green man" e a petição online, que pressiona os parlamentares a não liberarem a plantação de
arroz transgênico no Brasil. Confira!
arroz transgênico no Brasil. Confira!
terça-feira, 20 de outubro de 2009
GREENPEACE: Veja como se faz protesto consciente!



Protesto contra Dilma durante aprovação de lei que regulamenta produção de arroz trangênico.

Protesto a favor do clima durante premiação de Lula na Unesco, em Paris: “Lula, Salve a Amazônia! Salve o Clima!”

Contra a emenda 458 (legalização das terras griladas na Amazônia
Um clone da Senadora Kátia Abreu, propositória da Emenda, carregando uma machadinha nas mãos.
Prepare o seu coração, pras coisas que vou lhe contar: A novela Agnelli e Lula continua.
Veja o e-mail de um leitor do blog do Hiroshi Borgea:
A grande imprensa mais uma vez mostrou serviço do lado errado.
E a Vale, mais uma vez, escolheu o lado errado. Com essa iniciativa revela mais uma vez falta de ética nas relações com o público e com parte dos acionistas. Com o Estado do Pará e conosco que aqui vivemos, estamos acostumados , não estranhamos mais.
Mas desse episódio tiro uma lição: a Vale deixou de ser sustentável. Não é sustentável quem não tem ética. Ela é a Enron dos minérios. Um dia ela vai quebrar, não por falta de minério ou de recursos financeiros, mas por falta de ética.
No momento, temos que apoiar a Presidência da República, ainda que por razões táticas, pois não somos ingênuos para não perceber que há interesses eleitorais também na pressão sobre a Vale.
Como havia na lua de mel entre ela e o Governo.
Aqui no Pará, os políticos deveriam ter o cuidado de desprezar a contribuição financeira da Vale para eleições e fazer disso um mote eleitoral. Deveriam recusar ostensivamente qualquer contribuição dela (quando digo dela digo de todas as empresas do grupo). E os que recebessem deveriam ser execrados pelos outros. Acho que seria um bom mote de campanha.
Nota: Infelizmente as informações só nos chega quando os interesses de nossos administradores são colocados sob ameassa. Nunca jogam limpo com a população. O que reje a politica de desenvolvimento é o interesse particularizado. Mas o que nos cabe frente a esta realizadade? Nos cabe antercipar os fatos com a nossa percepção e jogar duro com as armas que temos (blogge, voto, campanha de boca-a-boca, realização e participação de palestras que divulguem esses pensamentos), em fim, fazermos a contra ideologia. E viva a net e seus blogges, pois se não fosse ela, nunca saberiamos de tudos isto. E parabéns a você leitor pelo interesse em se manter informado, saindo da "boiada" e se tornando um vaqueiro de sua própria vida. Como já dizia Geraldo Vandré em sua música Disparada: "Na boiada já fui boi, mas um dia me montei", ser montador de sua própria vida.
A grande imprensa mais uma vez mostrou serviço do lado errado.
E a Vale, mais uma vez, escolheu o lado errado. Com essa iniciativa revela mais uma vez falta de ética nas relações com o público e com parte dos acionistas. Com o Estado do Pará e conosco que aqui vivemos, estamos acostumados , não estranhamos mais.
Mas desse episódio tiro uma lição: a Vale deixou de ser sustentável. Não é sustentável quem não tem ética. Ela é a Enron dos minérios. Um dia ela vai quebrar, não por falta de minério ou de recursos financeiros, mas por falta de ética.
No momento, temos que apoiar a Presidência da República, ainda que por razões táticas, pois não somos ingênuos para não perceber que há interesses eleitorais também na pressão sobre a Vale.
Como havia na lua de mel entre ela e o Governo.
Aqui no Pará, os políticos deveriam ter o cuidado de desprezar a contribuição financeira da Vale para eleições e fazer disso um mote eleitoral. Deveriam recusar ostensivamente qualquer contribuição dela (quando digo dela digo de todas as empresas do grupo). E os que recebessem deveriam ser execrados pelos outros. Acho que seria um bom mote de campanha.
Nota: Infelizmente as informações só nos chega quando os interesses de nossos administradores são colocados sob ameassa. Nunca jogam limpo com a população. O que reje a politica de desenvolvimento é o interesse particularizado. Mas o que nos cabe frente a esta realizadade? Nos cabe antercipar os fatos com a nossa percepção e jogar duro com as armas que temos (blogge, voto, campanha de boca-a-boca, realização e participação de palestras que divulguem esses pensamentos), em fim, fazermos a contra ideologia. E viva a net e seus blogges, pois se não fosse ela, nunca saberiamos de tudos isto. E parabéns a você leitor pelo interesse em se manter informado, saindo da "boiada" e se tornando um vaqueiro de sua própria vida. Como já dizia Geraldo Vandré em sua música Disparada: "Na boiada já fui boi, mas um dia me montei", ser montador de sua própria vida.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Vejam que beleza de lugar!
Acompanhe os fatos: Vale contra o Pará!

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comanda, nos bastidores, uma ofensiva para desestabilizar o executivo Roger Agnelli na presidência da Vale, a maior empresa privada do Brasil.
Nos últimos 15 dias, ele deu sinal verde aos fundos de pensão estatais sócios da mineradora e à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para publicamente cobrar e criticar a gestão da empresa.
A estratégia foi reforçada com a adesão cuidadosamente pensada do empresário Eike Batista.
Estimulado por Lula, o dono do grupo EBX deu entrevistas contundentes no fim de semana atacando as escolhas de Agnelli — que, ontem, viajou às pressas a Brasília para tentar uma audiência com Lula, que lhe foi negada.
O Palácio do Planalto alegou que a agenda do presidente da República estava lotada.
No núcleo do governo, a percepção é que Agnelli ficou muito preocupado com as investidas de Eike.
A avaliação reservada é que isto é positivo, pois, mesmo que não resulte na saída de Agnelli, pressiona o atual comando da Vale a retomar uma atuação mais afinada com os objetivos da União. Por isso, não existe articulação oficial ainda sobre nomes para substituir o executivo.
— O Roger Agnelli começou a correr atrás do prejuízo — resumiu um interlocutor do presidente Lula.
Desde o início do ano, quando a companhia foi fortemente afetada pela retração da economia mundial, Lula questionou — até mesmo publicamente — a estratégia da Vale para escapar da crise.
A demissão de cerca de quatro mil funcionários sem comunicação prévia ao governo, em fevereiro, foi a primeira fonte de descontentamento.
A segunda foi o pé no freio em investimentos domésticos de longo prazo, como o Pólo Siderúrgico de Marabá, avaliado em US$ 5 bilhões e que deixaria a empresa menos dependente da comercialização de matéria-prima. O projeto permitiria maior valor agregado à produção da Vale, ao entregar aço
__________________________________________________________
Comentando o post anterior!, José de Alencar entende que o Presidente da República tem ferramenta eficiente para enfrentar a atual diretoria da Vale:
O Presidente da República, que é o representante legal da União, tem um trabuco poderoso para encarar essa parada. O nome em inglês pode dizer pouco: golden share.
Mas quando o dono desse trabuco decide fazer uso dele prá valer, é tiro de muitos megatons. Agnelli sabe disso. E como sabe.
É que desde a privatização esse trabuco nunca foi usado pela União, como devia sê-lo.
Agora é apostar que vai sê-lo e que disso resulte um novo rumo da prosa para o Estado do Pará.
Observação de Alencar procede.
Inda mais quando observamos a rápida mobilização poderosa da Vale para enfrentar a pressão de Lula a favor da interiorização da industrialização siderúrgica.
Roger Agnelli foi rápido no gatilho.
A antecipação, para ontem, em Belo Horizonte, da assinatura do protocolo de investimentos com o governo de Minas Gerais, estimado em R$ 9,5 bilhões, faz parte do jogo de buscar aliados. Hoje, Aécio Neves amanheceu dando entrevistas condenando a exigência do Palácio do Planalto por mudança na presidência da Vale.
Não apenas Aécio Neves. O Democratas também se alinhou ao lado da Vale.
Enquanto isso, não aparece um deputado ou senador paraense defendendo o mesmo pensamento de Lula. Qual deles quer perder o apoio financeiro que recebe a cada eleição da mineradora em busca de suas reeleições?
O Pará e seu povo que procurem resolver a parada!
NOTA: Será que mais uma vez o Pará vai ficar só com os prejuios da extração mineral? Acredito, dete modo, que a VALE realmente é contra o Pará e contra o povo paraense!
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
ZEE do Pará

A partir do dia 29 do corrente mês começam as Reuniões Preparatórias e as Audiências Públicas para validação do Micro Zoneamento de outra parte do Estado do Pará. Neste caso, a chamada Calha Norte e Banda Leste. No inicio mapa que demonstra as regiões citadas alvo destas consultas (em vermelho).
Este mapa acima, bem como, a notícia a seguir, podem ser acessados no site da Secretaria de Projetos Estratégicos do Estado do Estado Pará no link: www.sepe.pa.gov.br
Nova rede pelo desenvolvimento sustentável
Uma coalizão de instituições, entre elas o Greenpeace, criaram uma rede de comunicação para promover o desenvolvimento sustentável do sul da Bahia. Trata-se da Rede Sul da Bahia Justo e Sustentável. Seu objetivo é o intercâmbio de práticas e conhecimentos para impulsionar o desenvolvimento da região.
Nota: Bem que aqui no Pará seria um excelente lugar para estas iniciativas também!
Nota: Bem que aqui no Pará seria um excelente lugar para estas iniciativas também!
Ainda dá tempo ...
... de ligar para o Lula vetar as emendas nº 6 e 7 da Medida Provisória 462, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR).Desta forma podemos evitar a destruição de remanescentes de manguezais, de zonas costeiras e da Mata Atlântica da costa na Bahia. O prazo é até esta sexta-feira, dia 16 de outubro. Veja como aqui.
Nota: Publicação do greenpeace. Se quiseres seguir a manchete o endereço é: http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=503&e=NjM4NzU2NA==&l=-http--www.greenblog.org.br/--Q-p--E-2711
Nota: Publicação do greenpeace. Se quiseres seguir a manchete o endereço é: http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/mail/12all/lt/t_go.php?i=503&e=NjM4NzU2NA==&l=-http--www.greenblog.org.br/--Q-p--E-2711
sábado, 10 de outubro de 2009
Marina Silva, essa vai dá o que falar...

A senadora Marina Silva (PV-AC), ex-ministra do Meio Ambiente e provável candidata à presidência em 2010, recebe hoje (10) em Mônaco o prêmio Mudanças Climáticas, oferecido pela Fundação Príncipe Albert II de Mônaco. A iniciativa premia pessoas e instituições por atuarem em favor do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.
O prêmio considera ações e iniciativas em três eixos: mudança climática, preservação da biodiversidade e acesso à água, além da luta contra a desertificação.
A senadora vai receber 40 mil euros, além da homenagem com o troféu, que será entregue pelo Príncipe Albert II.
É o quinto prêmio que a senadora recebe desde 2008, quando deixou o Ministério do Meio Ambiente por discordar de algumas diretrizes da política ambiental do governo. O mais recente foi em maio deste ano, o Prêmio Sofia 2009, concedido anualmente pela Fundação Sofia a pessoas e organizações que se destacam nas áreas ambientais e de desenvolvimento sustentável.
Nota: Já, após o anuncio da possível candidatura a presidente em 2010, Marian Silva atingiu cerca de 25% das intenções de voto, e Ela mercece , por sua ética principalmente. Estamo carentes de pessoas éticas na pólitica e não vou me deter em citar casos aqui, sei que já estão cansandos de ouvi. Marina vai dá o que falar mesmo em 2010.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
MMA propõe desafio de um dia sem sacola plástica
No embalo da campanha --Saco é um Saco--, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lança o Dia do Consumidor Consciente - 15 de outubro - e propõe um desafio: --Um dia sem sacola plástica--. A exemplo do que aconteceu no Dia Sem Carro, a ideia da ação é despertar a consciência ambiental nos consumidores e incentivá-los a recusar as sacolas plásticas em suas compras nesta data, adotando uma sacola retornável ou outra alternativa.
Em 2008, a Consumers International (CI) promoveu uma mobilização mundial nesta mesma data para marcar a importância da educação para o consumo sustentável. O movimento Global Consumer Action Day contou com a adesão de mais de 40 instituições membros da CI e outros grupos de consumidores em 33 países, contribuindo para o Processo de Marrakech, do qual o Brasil faz parte desde 2007 representado pelo Ministério do Meio Ambiente.
O desafio do Dia Sem Sacola Plástica foi aceito pela rede de supermercados Carrefour -- a mais nova parceria da campanha Saco é um Saco -- começando pelo Rio de Janeiro, onde lojas estarão preparadas para estimular as donas-de-casa e demais clientes a recusar sacolas plásticas na boca do caixa.
A comemoração ainda será marcada pelo lançamento da estratégia de internet da campanha Saco é um Saco, com a apresentação do hotsite www.sacoeumsaco.com.br e das ações articuladas nas redes sociais, como Orkut, Twitter, Facebook e Youtube. O objetivo é reforçar a comunicação do tema com a sociedade e difundir a campanha entre formadores de opinião e internautas em geral.
Na oportunidade, também será anunciado o concurso de vídeos caseiros do Instituto Akatu: Saco de ideias, projeto apoiado pelo MMA. Em vídeos de um minuto, os concorrentes deverão responder à pergunta "O que você faz para reduzir seu consumo de sacolas plásticas?". O prêmio do concurso será anunciado no evento.
Participe
Apesar de prática, quando aceitamos uma sacola na locadora, na farmácia ou na padaria, não temos noção que anualmente 500 bilhões delas são descartadas inadequadamente no meio ambiente mundial, entupindo bueiros, causando enchentes, poluindo mares e matando tartarugas.
No Brasil, estima-se que 1,5 milhão de sacolas plásticas são consumidas a cada hora. Com uma conta rápida chegamos aos 36 milhões em 24 horas. Imagine quantos recursos naturais podem ser poupados em um único dia de consumo consciente.
Participe desse desafio e ajude a diminuir o impacto ambiental causado pelas sacolinhas. No dia 15 de outubro, adote um novo hábito de vida, contribua para diminuir esses números e se torne mais um consumidor consciente capaz de transformar a vida no Planeta. "Saco é um saco. Pra cidade, pro Planeta, pro Futuro e pra Você". Recuse, reduza, reutilize!
Em 2008, a Consumers International (CI) promoveu uma mobilização mundial nesta mesma data para marcar a importância da educação para o consumo sustentável. O movimento Global Consumer Action Day contou com a adesão de mais de 40 instituições membros da CI e outros grupos de consumidores em 33 países, contribuindo para o Processo de Marrakech, do qual o Brasil faz parte desde 2007 representado pelo Ministério do Meio Ambiente.
O desafio do Dia Sem Sacola Plástica foi aceito pela rede de supermercados Carrefour -- a mais nova parceria da campanha Saco é um Saco -- começando pelo Rio de Janeiro, onde lojas estarão preparadas para estimular as donas-de-casa e demais clientes a recusar sacolas plásticas na boca do caixa.
A comemoração ainda será marcada pelo lançamento da estratégia de internet da campanha Saco é um Saco, com a apresentação do hotsite www.sacoeumsaco.com.br e das ações articuladas nas redes sociais, como Orkut, Twitter, Facebook e Youtube. O objetivo é reforçar a comunicação do tema com a sociedade e difundir a campanha entre formadores de opinião e internautas em geral.
Na oportunidade, também será anunciado o concurso de vídeos caseiros do Instituto Akatu: Saco de ideias, projeto apoiado pelo MMA. Em vídeos de um minuto, os concorrentes deverão responder à pergunta "O que você faz para reduzir seu consumo de sacolas plásticas?". O prêmio do concurso será anunciado no evento.
Participe
Apesar de prática, quando aceitamos uma sacola na locadora, na farmácia ou na padaria, não temos noção que anualmente 500 bilhões delas são descartadas inadequadamente no meio ambiente mundial, entupindo bueiros, causando enchentes, poluindo mares e matando tartarugas.
No Brasil, estima-se que 1,5 milhão de sacolas plásticas são consumidas a cada hora. Com uma conta rápida chegamos aos 36 milhões em 24 horas. Imagine quantos recursos naturais podem ser poupados em um único dia de consumo consciente.
Participe desse desafio e ajude a diminuir o impacto ambiental causado pelas sacolinhas. No dia 15 de outubro, adote um novo hábito de vida, contribua para diminuir esses números e se torne mais um consumidor consciente capaz de transformar a vida no Planeta. "Saco é um saco. Pra cidade, pro Planeta, pro Futuro e pra Você". Recuse, reduza, reutilize!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
A novela "Farra do boi" continua e dando audiência.

Relatório do Greenpeace é um marco no setor pecuarista
Mobilizados pelo relatório do Greenpeace "A farra do boi na Amazônia", as quatro gigantes brasileiras do abate e processamento de carne e couro do país se reuniram ontem em evento promovido pelo Greenpeace para assinar publicamente seu compromisso de não mais aceitar fornecedores envolvidos em novos desmatamentos no bioma Amazônia, e adotaram um programa de seis pontos. Conheça o programa assinado pelas empresas e assista trechos da transmissão do evento clicando aqui.
Aqui no Sudeste Paraense: No final da tarde de ontem, pecuaristas do Sul do Pará tentavam obter dados a respeito dos critérios socioambientais adotados pelos frigoríficos
JBS-Friboi, Bertin e Marfrig, como regra básica para a compra da produção de boi na região. Havia muita preocupação entre os principais produtores de boi.
Nota: Parece que agora as coisas começam a anda no eixo, que continue assim, os povos da floresta agradecem!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Em busca da liberdade no Sul do Pará
O Estado do Pará, recordista em número de libertações de trabalhadores reduzidos à escravidão, foi palco de fiscalização comandada pelo grupo móvel do Ministério do Trabalho e Emprego e acompanhada pela nossa reportagem
Por Leonardo Sakamoto
Barraco onde dormiam parte dos trabalhadores da fazenda Nossa Senhora, incluindo o adolescente Pedro
“Nem estudei um ano direito. Não dá tempo, a gente fica trabalhando direto! Só sei assinar o começo do meu nome. O sobrenome, não sei fazer ainda”. Pedro (nome fictício, para preservar a vítima) foi encontrado por uma equipe do grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego na fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Goianésia (PA), em 29 de novembro. Havia três meses estava no “roço da juquira”. Retirava arbustos, ervas daninhas e outras plantas indesejáveis para garantir o bem-estar do pasto e dos bois.
Do alto de seus 16 anos, é homem formado pela necessidade e trabalha para ajudar a mãe, viúva. Morava em um barraco de lona, amontoado com outros companheiros, no meio do pasto. A água do pequeno lago, formado por um córrego que passava ao lado ao alojamento, servia para matar a sede, lavar roupa, tomar banho e preparar a comida. Carne só de caça, quando um cabra bom de mira conseguia acertar algum tatu, paca ou macaco.
3 mil cabeças de gado pastam na fazenda, que se espreguiça por cerca de 7,5 mil hectares de terra - parte dela não regularizada
Enquanto isso, mais de 3 mil cabeças de gado pastam na fazenda, que se espreguiça por cerca de 7,5 mil hectares de terra - parte dela não regularizada. O proprietário, Aloísio Alves de Souza, ainda afirmou que possui outra fazenda na região, com mais 1,5 mil hectares e outras 800 reses. “Tem vez que a gente passa mais de mês sem carne”, lembra Charles Monteiro, outro peão que, havia oito anos, prestava serviço na fazenda.
A ação do governo contou com a presença do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal. Andar com a polícia é fundamental para fazer valer a lei nesse mundo de chão, onde, no melhor estilo dos faroestes americanos, fala mais alto quem tem o argumento de uma arma de fogo. Aliás, na sede da fazenda, a PF encontrou dois revólveres 38 e dois rifles, calibre 20 e um 12 de repetição, além de farta munição. Como as armas não possuíam registro, Souza teve que acompanhar os policiais até a delegacia da cidade para ser lavrada uma ocorrência. Os trabalhadores tinham medo dos argumentos do patrão, que havia imposto até um toque de recolher. Sob a justificativa de impedir assaltos, proibiu que qualquer pessoa ultrapassasse a porteira da fazenda à noite. O peão que desobedeceu a ordem conta que foi recebido a balas.
As 37 pessoas libertadas nessa fazenda receberam R$ 61.563,37 em direitos trabalhistas pagos pelo proprietário. Após a fiscalização, Aloísio teria ido ao hospital, com pressão alta, após um súbito mal estar. No sábado, antes de saber o valor, ele estava bem de saúde. Contava que chegou na região em 1972, para “desbravar”.
Auditor do MTE fiscaliza barracão no meio da mata na fazenda Nossa Senhora Aparecida
“Minha fazenda não é diferente das demais”, diz. Aloísio sabe que as condições de trabalho não são ideais, mas explica que mantém os funcionários por ser uma boa pessoa: “O coração fala mais alto. Pessoas chegam aqui, pedindo pelo amor de Deus que lhes dêem um emprego”. Um peão libertado não concorda com essa bondade explícita: “É, quando ele tá de bom coração, até dá carona até a cidade [distante dezenas de quilômetros, boa parte por estrada de terra]. Quando não, diz que é para a gente ir a pé mesmo. Ele diz que é um homem educado. Pela ignorância que trata nós, parece que não”.
Ao todo, foram 57 pessoas resgatadas nas três fazendas visitadas pelo grupo móvel de fiscalização em Sapucaia, Ourilândia do Norte e Goianésia, Sul do Pará, em ação iniciada no dia 25 de novembro e finalizada neste dia 03. Esta reportagem acompanhou a equipe para mostrar de que forma um trabalhador se torna cativo do dia para a noite, como é possível libertá-lo e a dificuldade no combate ao trabalho escravo no Brasil.
“Reino da Alegria”
Em outra fazenda vistoriada, a São Luiz, em Ourilândia do Norte, de propriedade de Luiz Antônio Sacarelli* (leia nota abaixo), foram resgatadas duas crianças: Andréa e Roberto (nomes fictícios). Sob um calor forte e a poeira da estrada de terra em que foi encontrada, Andréa diz que fazia a comida dos cerqueiros e limpava o alojamento. Não ganhava nada pelo serviço e nem imaginava que tivesse direito a alguma coisa. Completou 14 anos no mês passado.
Andréa e Roberto, crianças encontradas na fazenda São Luiz, em Ourilândia do Norte (PA)
Sua mãe morreu no parto do irmão mais novo há sete anos. Depois disso, ela foi “dada” a uma vizinha, pois o pai não tinha dinheiro para garantir seu sustento. Esses anos em casa alheia foram os piores de sua vida: “A mulher que cuidava de mim brigava muito comigo”. As marcas das agressões ficaram, como uma cicatriz no lábio superior, que não combina com o seu sorriso grande e fácil.
O pai acabou pegando-a de volta e, desde então, Andréa o acompanha em todos os serviços. Valdemar Rodrigues da Silva é “peão de trecho”, fazendo um serviço aqui, outro ali, de trecho em trecho, sem rumo ou morada certa. Por isso, ela aprendeu a cozinhar desde cedo e aos cinco já o ajudava. Limpou casas, lavou roupa para os patrões do pai, cuidou de porcos. Por causa das constantes mudanças, Andréa, por quatro anos, entrou em uma escola, mas não conseguiu terminar a série, saindo na metade para acompanhar Valdemar. Hoje, está no segundo ano do ensino fundamental na Escola Municipal Reino da Alegria, no povoado de Fogão Queimado, a seis quilômetros da sede da fazenda. Estuda na parte da tarde, quando o serviço não lhe toma o dia.
Seu primo, Roberto, de 13 anos, ajudava os maiores a puxar arame e levantar mourões. Os cerqueiros estavam havia pouco tempo na fazenda quando a fiscalização chegou. Mas, a situação de exploração já começava a se instalar, com comida como pagamento, alojamentos insalubres e nenhuma previsão de data para o dinheiro chegar. Com a ação do grupo móvel, Andréa recebeu R$ 806, 64, o primeiro pagamento de sua vida, por toda a infância que não teve. Enquanto esperavam o desenrolar da fiscalização, ela e Roberto conversavam sobre a vida. “Meu maior sonho”, diz Andréa, “é o meu pai ter uma casa pra gente aquietá, ficar em um lugar”.
Auditor do Trabalho toma depoimento de trabalhador encontrado em barraco na fazenda São Luiz (PA)
Já Geraldo (nome fictício) fugiu da miséria do Nordeste na época em que Andréa nasceu. Há 14 anos, rumou em direção às promessas de fartura e prato cheio da Amazônia. Virou peão de trecho. Rodou por garimpos de Minas Gerais, Amapá, Goiás, Pará. Conseguiu ouro, mas não enricou: “Já rodei esse país inteiro”.
Havia seis meses trabalhava na Fazenda São Luiz, sem ver a cor do dinheiro. Só a dívida da comida e dos instrumentos de trabalho que pegava com o gerente, uma conta que aumentava a cada dia: “O gerente dizia que não tinha dinheiro, nem cheque, e que não podia acertar o salário”. Com uma dor de dente que lhe tirava do sério, pediu as contas mais uma vez para ir se tratar na cidade mais próxima. Ouviu outro não.
“Olha, moço, estou esse tanto de anos como peão de trecho e nunca levei tapa de ninguém, nunca fui para a cadeia, nunca tive problema. Essa aqui foi a pior coisa que aconteceu na minha vida”. Geraldo mostra, com indignação, a sua cabana de folhas de babaçu: “Quando tinha época da cheia, só a rede dentro do barraco ficava seca. O resto molhava tudo”.
Geraldo foi libertado aos 53 anos da Fazenda São Luiz e recebeu a maior indenização entre todos os libertados: R$ 4.687. Diz que tem saudades de sua terra. “Faz tempo que a gente quer voltar”. Apesar de ter sido reduzido à condição de não-cidadão por tanto tempo, mantém seu orgulho e quer ganhar dinheiro antes de reencontrar os irmãos: “Voltar para casa pior do que saiu fica ruim”.
São Paulo, dezembro de 2003
*O juiz Carlos Henrique Borlido Haddad, da Vara Federal de Marabá, rejeitou, em primeira instância, as denúncias contra os acusados Luiz Antonio Zapparoli Sacarelli e Luiz Carlos Joaquim de Oliveira, relativos ao caso relatado nesta matéria. A sentença, que se baseou no princípio da atipicidade do crime (uma vez que o flagrante ocorreu antes da última mudança de tipificação do crime de exploração de mão-de-obra análoga à escravidão), foi publicada no dia 11 de março de 2009 no Diário da Justiça Federal da 1ª Região (Ed. 44). O Minitério Público Federal (MPF) já recorreu da decisão.
Por Leonardo Sakamoto
Barraco onde dormiam parte dos trabalhadores da fazenda Nossa Senhora, incluindo o adolescente Pedro
“Nem estudei um ano direito. Não dá tempo, a gente fica trabalhando direto! Só sei assinar o começo do meu nome. O sobrenome, não sei fazer ainda”. Pedro (nome fictício, para preservar a vítima) foi encontrado por uma equipe do grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego na fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Goianésia (PA), em 29 de novembro. Havia três meses estava no “roço da juquira”. Retirava arbustos, ervas daninhas e outras plantas indesejáveis para garantir o bem-estar do pasto e dos bois.
Do alto de seus 16 anos, é homem formado pela necessidade e trabalha para ajudar a mãe, viúva. Morava em um barraco de lona, amontoado com outros companheiros, no meio do pasto. A água do pequeno lago, formado por um córrego que passava ao lado ao alojamento, servia para matar a sede, lavar roupa, tomar banho e preparar a comida. Carne só de caça, quando um cabra bom de mira conseguia acertar algum tatu, paca ou macaco.
3 mil cabeças de gado pastam na fazenda, que se espreguiça por cerca de 7,5 mil hectares de terra - parte dela não regularizada
Enquanto isso, mais de 3 mil cabeças de gado pastam na fazenda, que se espreguiça por cerca de 7,5 mil hectares de terra - parte dela não regularizada. O proprietário, Aloísio Alves de Souza, ainda afirmou que possui outra fazenda na região, com mais 1,5 mil hectares e outras 800 reses. “Tem vez que a gente passa mais de mês sem carne”, lembra Charles Monteiro, outro peão que, havia oito anos, prestava serviço na fazenda.
A ação do governo contou com a presença do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal. Andar com a polícia é fundamental para fazer valer a lei nesse mundo de chão, onde, no melhor estilo dos faroestes americanos, fala mais alto quem tem o argumento de uma arma de fogo. Aliás, na sede da fazenda, a PF encontrou dois revólveres 38 e dois rifles, calibre 20 e um 12 de repetição, além de farta munição. Como as armas não possuíam registro, Souza teve que acompanhar os policiais até a delegacia da cidade para ser lavrada uma ocorrência. Os trabalhadores tinham medo dos argumentos do patrão, que havia imposto até um toque de recolher. Sob a justificativa de impedir assaltos, proibiu que qualquer pessoa ultrapassasse a porteira da fazenda à noite. O peão que desobedeceu a ordem conta que foi recebido a balas.
As 37 pessoas libertadas nessa fazenda receberam R$ 61.563,37 em direitos trabalhistas pagos pelo proprietário. Após a fiscalização, Aloísio teria ido ao hospital, com pressão alta, após um súbito mal estar. No sábado, antes de saber o valor, ele estava bem de saúde. Contava que chegou na região em 1972, para “desbravar”.
Auditor do MTE fiscaliza barracão no meio da mata na fazenda Nossa Senhora Aparecida
“Minha fazenda não é diferente das demais”, diz. Aloísio sabe que as condições de trabalho não são ideais, mas explica que mantém os funcionários por ser uma boa pessoa: “O coração fala mais alto. Pessoas chegam aqui, pedindo pelo amor de Deus que lhes dêem um emprego”. Um peão libertado não concorda com essa bondade explícita: “É, quando ele tá de bom coração, até dá carona até a cidade [distante dezenas de quilômetros, boa parte por estrada de terra]. Quando não, diz que é para a gente ir a pé mesmo. Ele diz que é um homem educado. Pela ignorância que trata nós, parece que não”.
Ao todo, foram 57 pessoas resgatadas nas três fazendas visitadas pelo grupo móvel de fiscalização em Sapucaia, Ourilândia do Norte e Goianésia, Sul do Pará, em ação iniciada no dia 25 de novembro e finalizada neste dia 03. Esta reportagem acompanhou a equipe para mostrar de que forma um trabalhador se torna cativo do dia para a noite, como é possível libertá-lo e a dificuldade no combate ao trabalho escravo no Brasil.
“Reino da Alegria”
Em outra fazenda vistoriada, a São Luiz, em Ourilândia do Norte, de propriedade de Luiz Antônio Sacarelli* (leia nota abaixo), foram resgatadas duas crianças: Andréa e Roberto (nomes fictícios). Sob um calor forte e a poeira da estrada de terra em que foi encontrada, Andréa diz que fazia a comida dos cerqueiros e limpava o alojamento. Não ganhava nada pelo serviço e nem imaginava que tivesse direito a alguma coisa. Completou 14 anos no mês passado.
Andréa e Roberto, crianças encontradas na fazenda São Luiz, em Ourilândia do Norte (PA)
Sua mãe morreu no parto do irmão mais novo há sete anos. Depois disso, ela foi “dada” a uma vizinha, pois o pai não tinha dinheiro para garantir seu sustento. Esses anos em casa alheia foram os piores de sua vida: “A mulher que cuidava de mim brigava muito comigo”. As marcas das agressões ficaram, como uma cicatriz no lábio superior, que não combina com o seu sorriso grande e fácil.
O pai acabou pegando-a de volta e, desde então, Andréa o acompanha em todos os serviços. Valdemar Rodrigues da Silva é “peão de trecho”, fazendo um serviço aqui, outro ali, de trecho em trecho, sem rumo ou morada certa. Por isso, ela aprendeu a cozinhar desde cedo e aos cinco já o ajudava. Limpou casas, lavou roupa para os patrões do pai, cuidou de porcos. Por causa das constantes mudanças, Andréa, por quatro anos, entrou em uma escola, mas não conseguiu terminar a série, saindo na metade para acompanhar Valdemar. Hoje, está no segundo ano do ensino fundamental na Escola Municipal Reino da Alegria, no povoado de Fogão Queimado, a seis quilômetros da sede da fazenda. Estuda na parte da tarde, quando o serviço não lhe toma o dia.
Seu primo, Roberto, de 13 anos, ajudava os maiores a puxar arame e levantar mourões. Os cerqueiros estavam havia pouco tempo na fazenda quando a fiscalização chegou. Mas, a situação de exploração já começava a se instalar, com comida como pagamento, alojamentos insalubres e nenhuma previsão de data para o dinheiro chegar. Com a ação do grupo móvel, Andréa recebeu R$ 806, 64, o primeiro pagamento de sua vida, por toda a infância que não teve. Enquanto esperavam o desenrolar da fiscalização, ela e Roberto conversavam sobre a vida. “Meu maior sonho”, diz Andréa, “é o meu pai ter uma casa pra gente aquietá, ficar em um lugar”.
Auditor do Trabalho toma depoimento de trabalhador encontrado em barraco na fazenda São Luiz (PA)
Já Geraldo (nome fictício) fugiu da miséria do Nordeste na época em que Andréa nasceu. Há 14 anos, rumou em direção às promessas de fartura e prato cheio da Amazônia. Virou peão de trecho. Rodou por garimpos de Minas Gerais, Amapá, Goiás, Pará. Conseguiu ouro, mas não enricou: “Já rodei esse país inteiro”.
Havia seis meses trabalhava na Fazenda São Luiz, sem ver a cor do dinheiro. Só a dívida da comida e dos instrumentos de trabalho que pegava com o gerente, uma conta que aumentava a cada dia: “O gerente dizia que não tinha dinheiro, nem cheque, e que não podia acertar o salário”. Com uma dor de dente que lhe tirava do sério, pediu as contas mais uma vez para ir se tratar na cidade mais próxima. Ouviu outro não.
“Olha, moço, estou esse tanto de anos como peão de trecho e nunca levei tapa de ninguém, nunca fui para a cadeia, nunca tive problema. Essa aqui foi a pior coisa que aconteceu na minha vida”. Geraldo mostra, com indignação, a sua cabana de folhas de babaçu: “Quando tinha época da cheia, só a rede dentro do barraco ficava seca. O resto molhava tudo”.
Geraldo foi libertado aos 53 anos da Fazenda São Luiz e recebeu a maior indenização entre todos os libertados: R$ 4.687. Diz que tem saudades de sua terra. “Faz tempo que a gente quer voltar”. Apesar de ter sido reduzido à condição de não-cidadão por tanto tempo, mantém seu orgulho e quer ganhar dinheiro antes de reencontrar os irmãos: “Voltar para casa pior do que saiu fica ruim”.
São Paulo, dezembro de 2003
*O juiz Carlos Henrique Borlido Haddad, da Vara Federal de Marabá, rejeitou, em primeira instância, as denúncias contra os acusados Luiz Antonio Zapparoli Sacarelli e Luiz Carlos Joaquim de Oliveira, relativos ao caso relatado nesta matéria. A sentença, que se baseou no princípio da atipicidade do crime (uma vez que o flagrante ocorreu antes da última mudança de tipificação do crime de exploração de mão-de-obra análoga à escravidão), foi publicada no dia 11 de março de 2009 no Diário da Justiça Federal da 1ª Região (Ed. 44). O Minitério Público Federal (MPF) já recorreu da decisão.
Regularização fundiária na Amazônia x proteção ambiental: uma falsa contradição :: José Heder Benatti
Um dos temas mais polêmicos das políticas agrária e ambiental do Governo Federal é o projeto de regularização de terras públicas na Amazônia Legal, convertido na Lei nº 11.952/2009. Dois argumentos contrários à iniciativa se destacam: o primeiro diz que, ao estabelecer a preferência de venda das terras aos seus ocupantes entre 15 módulos fiscais (média propriedade) e 2.500 hectares (grande propriedade), a lei iguala o grileiro, geralmente grande proprietário, ao posseiro, pequeno proprietário. Isso representaria, na prática, um empreendimento imobiliário em favor do grileiro.
O segundo argumento afirma que a regularização fundiária, tal como foi proposta, aumentará o desmatamento da Amazônia. Do outro lado, os ocupantes das terras públicas rebatem as críticas, dizendo que foram para a Amazônia sob o estímulo de políticas públicas do passado, que lhes prometeram terra para trabalhar. Sob essa ótica, o desmatamento ocorreu porque, para ter assegurado o direito à propriedade, era necessário derrubar 50% da floresta da área ocupada. A questão se torna complexa por um motivo simples: todos os argumentos têm um fundo de verdade e não podem ser descartados a priori. Talvez estejamos diante daquilo que Carlos Drummond de Andrade chamou de “meia verdade”, no poema “A Verdade”.
Em meio a tantas opiniões distintas, é necessário buscar um consenso mínimo. O primeiro passo talvez seja o entendimento de que, a partir da Constituição de 1988, a sociedade brasileira estabeleceu um novo contrato, com novas regras para o relacionamento da sociedade com o meio ambiente. Assim, o passado não pode ser desculpa para a continuidade de comportamentos predatórios. O segundo ponto é a necessidade de se pactuar uma transição que assegure a superação desse passado. Dois elementos devem ser trabalhados nessa transição: o resgate do passivo ambiental causado pelo desmatamento da floresta, tendo como premissa a meta de desmatamento ilegal zero; e o preço justo da terra. Harmonizando esses dois pontos, a transição será mais rápida.
A política de regularização fundiária apresentada pela União e pelos Estados da Amazônia viabiliza essa transição. Uma transição que não se contenta em somente entregar títulos de terra, mas visa também consolidar a política de ordenamento territorial, priorizando a ocupação familiar, das populações tradicionais e o respeito pelo meio ambiente. Trata-se de uma política propositiva porque cria regras de controle e transparência, pactuadas com os diferentes atores sociais (Governos Federal, Estadual, Municipal e sociedade civil). Desse modo, a institucionalização da propriedade privada se constitui também numa condição para a consolidação de um modelo democrático e participativo de distribuição e de gestão da terra e dos recursos naturais. E, consequentemente, de proteção do meio ambiente.
Ao contrário do que ocorria no passado, hoje temos mecanismos de controle público: a exigência do georreferenciamento dos imóveis; o cadastro ambiental rural; o licenciamento das atividades agrárias. No final do processo de regularização fundiária, a fronteira estará “fechada”, porque os espaços públicos deverão ser destinados à proteção ambiental ou a atividades agroambientais. Engana-se quem espera que, no futuro novas regularizações irão ocorrer.
Os Estados da Amazônia já iniciaram o ordenamento territorial com a elaboração do zoneamento ecológico-econômico, a estruturação dos órgãos fundiários e ambientais, e a aprovação de normas agrárias e ambientais. Com isso, buscam conciliar os princípios da produção agrária com os da proteção ambiental. No Estado do Pará, o principal instrumento para assegurar a transparência e a segurança jurídica é o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O CAR é exigido para todo o imóvel rural no estado e é uma precondição para iniciar o processo de titulação da terra. Com o cadastro, objetiva-se construir uma base de informação sobre a ocupação das terras públicas e privadas, e a recuperação da reserva legal e da área de preservação permanente.
Implementar a regularização fundiária é iniciar o ordenamento territorial, com o controle do espaço público e a destinação das terras para os diferentes usos e proteção. O maior problema a ser enfrentado é o paradoxo da Constituição Federal que, ao estabelecer critérios avançados de proteção ambiental, não criou nenhum obstáculo à concentração da propriedade rural. O único dispositivo constitucional que apresenta algum embaraço ao latifúndio é a obrigação de cumprir a função social da terra. Sabemos que isso não é suficiente para impedir a concentração fundiária.
Para uma verdadeira distribuição da terra é necessária a constitucionalização do limite à propriedade, estabelecendo restrições ao tamanho da área e à quantidade de imóveis rurais que uma pessoa física ou jurídica pode possuir. Não é a proposta de regularização fundiária que irá acelerar a concentração fundiária; esta já existe e, enquanto não forem criadas restrições à aquisição de imóveis rurais, o processo que permite que poucos tenham muito continuará, com forte tendência a aumentar.
Por outro lado, o mercado nacional e internacional está fechando o cerco às práticas predatórias e a sociedade vem exigindo comportamentos comprometidos com a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social. O que precisamos agora é de uma política socialmente justa, ambientalmente sustentável e economicamente inclusiva.
* José Heder Benatti é presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa). Foi presidente da Sociedade Paraense de Direitos Humanos e é professor doutor de Direito Agrário na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Fonte: Revista Fator
O segundo argumento afirma que a regularização fundiária, tal como foi proposta, aumentará o desmatamento da Amazônia. Do outro lado, os ocupantes das terras públicas rebatem as críticas, dizendo que foram para a Amazônia sob o estímulo de políticas públicas do passado, que lhes prometeram terra para trabalhar. Sob essa ótica, o desmatamento ocorreu porque, para ter assegurado o direito à propriedade, era necessário derrubar 50% da floresta da área ocupada. A questão se torna complexa por um motivo simples: todos os argumentos têm um fundo de verdade e não podem ser descartados a priori. Talvez estejamos diante daquilo que Carlos Drummond de Andrade chamou de “meia verdade”, no poema “A Verdade”.
Em meio a tantas opiniões distintas, é necessário buscar um consenso mínimo. O primeiro passo talvez seja o entendimento de que, a partir da Constituição de 1988, a sociedade brasileira estabeleceu um novo contrato, com novas regras para o relacionamento da sociedade com o meio ambiente. Assim, o passado não pode ser desculpa para a continuidade de comportamentos predatórios. O segundo ponto é a necessidade de se pactuar uma transição que assegure a superação desse passado. Dois elementos devem ser trabalhados nessa transição: o resgate do passivo ambiental causado pelo desmatamento da floresta, tendo como premissa a meta de desmatamento ilegal zero; e o preço justo da terra. Harmonizando esses dois pontos, a transição será mais rápida.
A política de regularização fundiária apresentada pela União e pelos Estados da Amazônia viabiliza essa transição. Uma transição que não se contenta em somente entregar títulos de terra, mas visa também consolidar a política de ordenamento territorial, priorizando a ocupação familiar, das populações tradicionais e o respeito pelo meio ambiente. Trata-se de uma política propositiva porque cria regras de controle e transparência, pactuadas com os diferentes atores sociais (Governos Federal, Estadual, Municipal e sociedade civil). Desse modo, a institucionalização da propriedade privada se constitui também numa condição para a consolidação de um modelo democrático e participativo de distribuição e de gestão da terra e dos recursos naturais. E, consequentemente, de proteção do meio ambiente.
Ao contrário do que ocorria no passado, hoje temos mecanismos de controle público: a exigência do georreferenciamento dos imóveis; o cadastro ambiental rural; o licenciamento das atividades agrárias. No final do processo de regularização fundiária, a fronteira estará “fechada”, porque os espaços públicos deverão ser destinados à proteção ambiental ou a atividades agroambientais. Engana-se quem espera que, no futuro novas regularizações irão ocorrer.
Os Estados da Amazônia já iniciaram o ordenamento territorial com a elaboração do zoneamento ecológico-econômico, a estruturação dos órgãos fundiários e ambientais, e a aprovação de normas agrárias e ambientais. Com isso, buscam conciliar os princípios da produção agrária com os da proteção ambiental. No Estado do Pará, o principal instrumento para assegurar a transparência e a segurança jurídica é o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O CAR é exigido para todo o imóvel rural no estado e é uma precondição para iniciar o processo de titulação da terra. Com o cadastro, objetiva-se construir uma base de informação sobre a ocupação das terras públicas e privadas, e a recuperação da reserva legal e da área de preservação permanente.
Implementar a regularização fundiária é iniciar o ordenamento territorial, com o controle do espaço público e a destinação das terras para os diferentes usos e proteção. O maior problema a ser enfrentado é o paradoxo da Constituição Federal que, ao estabelecer critérios avançados de proteção ambiental, não criou nenhum obstáculo à concentração da propriedade rural. O único dispositivo constitucional que apresenta algum embaraço ao latifúndio é a obrigação de cumprir a função social da terra. Sabemos que isso não é suficiente para impedir a concentração fundiária.
Para uma verdadeira distribuição da terra é necessária a constitucionalização do limite à propriedade, estabelecendo restrições ao tamanho da área e à quantidade de imóveis rurais que uma pessoa física ou jurídica pode possuir. Não é a proposta de regularização fundiária que irá acelerar a concentração fundiária; esta já existe e, enquanto não forem criadas restrições à aquisição de imóveis rurais, o processo que permite que poucos tenham muito continuará, com forte tendência a aumentar.
Por outro lado, o mercado nacional e internacional está fechando o cerco às práticas predatórias e a sociedade vem exigindo comportamentos comprometidos com a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social. O que precisamos agora é de uma política socialmente justa, ambientalmente sustentável e economicamente inclusiva.
* José Heder Benatti é presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa). Foi presidente da Sociedade Paraense de Direitos Humanos e é professor doutor de Direito Agrário na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Fonte: Revista Fator
Prêmio Chico Mendes
Continuam abertas as inscrições para o Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente
Trabalhos podem ser inscritos nas categorias liderança individual, organização da sociedade civil, negócios sustentáveis, educação ambiental, município, saúde e meio ambiente Ongs,... (leia mais)
Trabalhos podem ser inscritos nas categorias liderança individual, organização da sociedade civil, negócios sustentáveis, educação ambiental, município, saúde e meio ambiente Ongs,... (leia mais)
Amazônia 10 graus mais quente
O estudo britânico que apontou esta semana que a temperatura da Terra pode subir 4 graus até meados de 2050, se forem mantidas as atuais emissões de gases do efeito estufa, traz uma previsão mais drástica para a Amazônia: lá a temperatura poderia aumentar entre 8 e 10 graus, o que levaria à destruição de grande parte da floresta. O dados sobre a Amazônia fazem parte do estudo realizado pelo Centro Hadley do Departamento de Meteorologia britânico (Met Office). O cientista brasileiro José Marengo, do Instituto... (leia mais)
Nota: Nem era preciso pesquisas para os amazônidas já saberem do aumento da temperatura aqui na Amazônia. Agora a pegunta que não quer calar é: O que fazer para evitar?
Nota: Nem era preciso pesquisas para os amazônidas já saberem do aumento da temperatura aqui na Amazônia. Agora a pegunta que não quer calar é: O que fazer para evitar?
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Censo Rural e o que eles revelam?
Levantado em 2006, concluído em 2008 e divulgado pelo IBGE na semana passada, o Censo Agropecuário quase foi para o ralo. Os ruralistas pressionaram o governo para que os dados não fossem divulgados alegando que os mesmos eram irrelevantes. Pressionaram e articularam tanto que até o processamento dos dados foi atrasado.Estes mesmos setores, que estão dentro e fora do governo Lula, defendem que a pesquisa não seja mais realizada, principalmente revelando que a propriedade no país está concentrada, que a pequena agricultura é que sustenta esse país e que os assentamentos rurais não são tão fracassados como apregoam. Por isso, os dados do censo só surgem agora, um ano depois de pronto e três anos depois de levantado.
Nota: Será porque se quer calar o censo? A que interessa os grande produtores rurais a não divulgação dos dados coletados? Será que eles são ao invés de grande produtores, apenas grandes consentradores de terras? As políticas agriculas de nosso país tem que melhorar! Que se dê mais qualidade de trabalho para a agricultura família e que se cale a boca do contrário.
Nota: Será porque se quer calar o censo? A que interessa os grande produtores rurais a não divulgação dos dados coletados? Será que eles são ao invés de grande produtores, apenas grandes consentradores de terras? As políticas agriculas de nosso país tem que melhorar! Que se dê mais qualidade de trabalho para a agricultura família e que se cale a boca do contrário.
sábado, 3 de outubro de 2009
Para sorri e refletir
ARROGÂNCIA
O diálogo abaixo é verídico, e foi travado em outubro de 1995 entre um navio da Marinha Norte Americana e as autoridades costeiras do Canadá, próximo ao litoral de Newfoundland.Os americanos começaram na maciota:- Favor alterar seu curso 15 graus para norte para evitar colisão com nossa embarcação.
Os canadenses responderam de pronto: - Recomendo mudar o SEU curso 15 graus para sul. O americano ficou mordido:- Aqui é o capitão de um navio da Marinha Americana. Repito, mude o SEU curso.
Mas o canadense insistiu:- Não. Mude o SEU curso atual
O negócio começou a ficar feio. O capitão americanoberrou ao microfone: - ESTE É O PORTA-AVIÕES USS LINCOLN, O SEGUNDO MAIORNAVIO DA FROTA AMERICANA NO ATLÂNTICO. ESTAMOSACOMPANHADOS DE TRÊS DESTROYERS, TRÊS FRAGATAS ENUMEROSOS NAVIOS DE SUPORTE. EU EXIJO QUE VOCÊSMUDEM SEU CURSO 15 GRAUS PARA NORTE,OU ENTÃO TOMAREMOS CONTRAMEDIDAS PARAGARANTIR A SEGURANÇA DO NAVIO.E o canadense respondeu:- Aqui é um farol, câmbio!
Às vezes a nossa arrogância nos faz cegos...
quantas vezes criticamos a ação dos outros,
quantas vezes exigimos mudanças de comportamento
nas pessoas que vivem perto de nós quando na verdade
nós é que deveríamos mudar o nosso rumo...
O diálogo abaixo é verídico, e foi travado em outubro de 1995 entre um navio da Marinha Norte Americana e as autoridades costeiras do Canadá, próximo ao litoral de Newfoundland.Os americanos começaram na maciota:- Favor alterar seu curso 15 graus para norte para evitar colisão com nossa embarcação.
Os canadenses responderam de pronto: - Recomendo mudar o SEU curso 15 graus para sul. O americano ficou mordido:- Aqui é o capitão de um navio da Marinha Americana. Repito, mude o SEU curso.
Mas o canadense insistiu:- Não. Mude o SEU curso atual
O negócio começou a ficar feio. O capitão americanoberrou ao microfone: - ESTE É O PORTA-AVIÕES USS LINCOLN, O SEGUNDO MAIORNAVIO DA FROTA AMERICANA NO ATLÂNTICO. ESTAMOSACOMPANHADOS DE TRÊS DESTROYERS, TRÊS FRAGATAS ENUMEROSOS NAVIOS DE SUPORTE. EU EXIJO QUE VOCÊSMUDEM SEU CURSO 15 GRAUS PARA NORTE,OU ENTÃO TOMAREMOS CONTRAMEDIDAS PARAGARANTIR A SEGURANÇA DO NAVIO.E o canadense respondeu:- Aqui é um farol, câmbio!
Às vezes a nossa arrogância nos faz cegos...
quantas vezes criticamos a ação dos outros,
quantas vezes exigimos mudanças de comportamento
nas pessoas que vivem perto de nós quando na verdade
nós é que deveríamos mudar o nosso rumo...
As condiçõe de trabalho.
Trabalhadora morre queimada em canavialA trabalhadora rural, Cristina Fernandes dos Santos, 49 anos, morreu na manhã de 29/9/09 quando cortava cana, imediatamente após o procedimento de atear fogo na cana, para facilitar a colheita. Para a segurança dos trabalhadores, a queima da cana deve ser realizada no dia anterior a seu corte. A fatalidade aconteceu na fazenda Feliz Terra Agrícola, distrito de Goitacazes (RJ), quando um vento forte jogou as chamas em direção à trabalhadora. Os demais trabalhadores e trabalhadoras conseguiram correr, no sentido contrário às chamas, e passam bem. Cristina dos Santos morava em Ponta Grossa dos Fidalgos, era casada, mãe de sete filhos. O caso será investigado pela 134ª Delegacia Legal do Centro de Campos.Fonte: CPT
Nota: Do jeito que as colocações de emprego estão se dando, acidentes como esse são tão comuns que já não nos trás uma indignação. Como humanos que somos não deixemos "o diabo banalizar o nosso olhar" e nem a nossa consciência! Pense nisso, converse com os amigos, afinal de contas podemo ser a próxima vítima.
Nota: Do jeito que as colocações de emprego estão se dando, acidentes como esse são tão comuns que já não nos trás uma indignação. Como humanos que somos não deixemos "o diabo banalizar o nosso olhar" e nem a nossa consciência! Pense nisso, converse com os amigos, afinal de contas podemo ser a próxima vítima.
Globo em Parauapebas
Não será surpresa para o poster se, nas próximas horas, a Rede Globo engatar uma "reportagem especial" sobre Parauapebas - preferencialmente daquelas matérias mostrando as desigualdades sociais de um lugar que recebe volumosos recursos da Vale.A suspeita?O repórter Tonico Ferreira, hoje cuidando mais das pautas do Globo Repórter, encontra-se no pedaço. E foi visto subindo e descendo Carajás ao lado de gente da Vale.A suspeita?A Vale e a Globo tem uma "parceria" bem interessante quando os ventos começam a soprar contra os interesses da mineradora. E neste momento, em Brasília, mais precisamente de uns quinze dias para cá, o que têm de pressão saindo do Palácio do Planalto para que a Vale acerte o que deve aos municípios mineradores de royalties calculados a menos, não dá para mensurar.Só pra se ter ideia de como os royalties devidos pela Vale estão incomodando o governo federal, até o Lula já se irritou com o calote. E deu murros na mesa.Para a semana que vem, importantes reuniões estão marcadas em Brasília para tentar definir a questão.Não chega em boa hora uma reportagem mostrando ao país o quanto os municípios sofrem suas demandas sociais, apesar dos recursos volumosos repassados a eles pela Vale?A Vale joga assim, sim.Usa todo o seu poder para explorar mais e pagar menos aos municípios de onde ela arranca suas riquezas.Vamos aguardar.
Postado por Hiroshi Bogéa
Postado por Hiroshi Bogéa
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Música para os ouvidos!
Bye bye, Brasil
Roberto Menescal - Chico Buarque*
Oi, coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui tá fazendo calor
Deu pane no ventilador
Já tem fliperama em Macau
Tomei a costeira em Belém do Pará
Puseram uma usina no mar
Talvez fique ruim pra pescar
Meu amor
No Tocantins
O chefe dos parintintins
Vidrou na minha calça Lee
Eu vi uns patins pra você
Eu vi um Brasil na tevê
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo tão só
Oh, tenha dó de mim
Pintou uma chance legal
Um lance lá na capital
Nem tem que ter ginasial
Meu amor
No Tabariz
O som é que nem os Bee Gees
Dancei com uma dona infeliz
Que tem um tufão nos quadris
Tem um japonês trás de mim
Eu vou dar um pulo em Manaus
Aqui tá quarenta e dois graus
O sol nunca mais vai se pôr
Eu tenho saudades da nossa canção
Saudades de roça e sertão
Bom mesmo é ter um caminhão
Meu amor
Baby, bye bye
Abraços na mãe e no pai
Eu acho que vou desligar
As fichas já vão terminar
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol, Maceió
Peguei uma doença em Ilhéus
Mas já tô quase bom
Em março vou pro Ceará
Com a benção do meu orixá
Eu acho bauxita por lá
Meu amor
Bye bye, Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night and day
Explica que tá tudo okay
Eu só ando dentro da lei
Eu quero voltar, podes crer
Eu vi um Brasil na tevê
Peguei uma doença em Belém
Agora já tá tudo bem
Mas a ligação tá no fim
Tem um japonês trás de mim
Aquela aquarela mudou
Na estrada peguei uma cor
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo um jiló
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô a fim de encarar um siri
Com a benção de Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr
* Em 1979, para o filme Bye, bye Brasil, de Carlos Diegues
Roberto Menescal - Chico Buarque*
Oi, coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui tá fazendo calor
Deu pane no ventilador
Já tem fliperama em Macau
Tomei a costeira em Belém do Pará
Puseram uma usina no mar
Talvez fique ruim pra pescar
Meu amor
No Tocantins
O chefe dos parintintins
Vidrou na minha calça Lee
Eu vi uns patins pra você
Eu vi um Brasil na tevê
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo tão só
Oh, tenha dó de mim
Pintou uma chance legal
Um lance lá na capital
Nem tem que ter ginasial
Meu amor
No Tabariz
O som é que nem os Bee Gees
Dancei com uma dona infeliz
Que tem um tufão nos quadris
Tem um japonês trás de mim
Eu vou dar um pulo em Manaus
Aqui tá quarenta e dois graus
O sol nunca mais vai se pôr
Eu tenho saudades da nossa canção
Saudades de roça e sertão
Bom mesmo é ter um caminhão
Meu amor
Baby, bye bye
Abraços na mãe e no pai
Eu acho que vou desligar
As fichas já vão terminar
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol, Maceió
Peguei uma doença em Ilhéus
Mas já tô quase bom
Em março vou pro Ceará
Com a benção do meu orixá
Eu acho bauxita por lá
Meu amor
Bye bye, Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night and day
Explica que tá tudo okay
Eu só ando dentro da lei
Eu quero voltar, podes crer
Eu vi um Brasil na tevê
Peguei uma doença em Belém
Agora já tá tudo bem
Mas a ligação tá no fim
Tem um japonês trás de mim
Aquela aquarela mudou
Na estrada peguei uma cor
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo um jiló
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô a fim de encarar um siri
Com a benção de Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr
* Em 1979, para o filme Bye, bye Brasil, de Carlos Diegues
Na pressão contra Belo Monte!

Nada menos que 25 entidades e movimentos sociais pedirão judicialmente o cancelamento das audiências públicas sobre a hidrelétrica de Belo Monte ocorridas neste mês em Altamira, Brasil Novo, Vitória do Xingu e Belém.
A ação deverá ainda ganhar apoio dos Ministérios Públicos Federal e Estadual. Confira a lista das entidades:
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
FVPP- Fundação Viver Produzir e Preservar
CIMI- Conselho Indigenista Missionário
MMTACC- Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Altamira do Campo e Cidade
SDDH- Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos
FASE-Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional
APACC- Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes
MMCC- Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade
CEDENPA- Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará
SINTSEP/PA -Sindicato dos Trabalhos do Serviço Público Federal
SODIREITOS- Sociedade de Defesa dos Direitos Sexuais da Amazônia
PARU- Programa de Apoio à Reforma Urbana/ Instituto de Ciências Sociais Aplicadas/ ISCA da Universidade Federal do Pará
MAB-Movimentos dos Atingidos por Barragem
MST- Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
FMAP- Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense
MAMA- Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia
UNAMAZ- Associação de Universidades Amazônicas
FAOR -Fórum da Amazônia Oriental
UNIPOP- Instituto universidade Popular
IAMAS- Instituto Amazônia Solitária e Sustentável
FAMCOS-Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém
FSPA- Fórum Social Pan Amazônico
Comitê em Defesa das Vidas da Criança em Altamira
CPT - Comissão Pastoral da Terra
ABONG - Associação Brasileira de ONG'
Fonte: Pan-amazônia
A ação deverá ainda ganhar apoio dos Ministérios Públicos Federal e Estadual. Confira a lista das entidades:
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
FVPP- Fundação Viver Produzir e Preservar
CIMI- Conselho Indigenista Missionário
MMTACC- Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Altamira do Campo e Cidade
SDDH- Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos
FASE-Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional
APACC- Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes
MMCC- Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade
CEDENPA- Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará
SINTSEP/PA -Sindicato dos Trabalhos do Serviço Público Federal
SODIREITOS- Sociedade de Defesa dos Direitos Sexuais da Amazônia
PARU- Programa de Apoio à Reforma Urbana/ Instituto de Ciências Sociais Aplicadas/ ISCA da Universidade Federal do Pará
MAB-Movimentos dos Atingidos por Barragem
MST- Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
FMAP- Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense
MAMA- Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia
UNAMAZ- Associação de Universidades Amazônicas
FAOR -Fórum da Amazônia Oriental
UNIPOP- Instituto universidade Popular
IAMAS- Instituto Amazônia Solitária e Sustentável
FAMCOS-Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém
FSPA- Fórum Social Pan Amazônico
Comitê em Defesa das Vidas da Criança em Altamira
CPT - Comissão Pastoral da Terra
ABONG - Associação Brasileira de ONG'
Fonte: Pan-amazônia
Dê o seu recado ao LULA para melhoria do Clima!

Dê o seu recado conoscoO Lula ainda não se manifestou quanto a sua ida para Copenhague, onde acontece em dezembro a Conferência do Clima. Ele precisa levar metas de redução de emissão de gases de efeito estufa, fundamentais para o controle do efeito estufa. Por isso, o Greenpeace e a população brasileira levarão essa demanda na forma de um gigantesco banner para Brasília - e precisamos de sua ajuda para que ele vire realidade. Contribua com R$ 15 para a compra de um quadradinho deste banner, que levará o seu nome na internet. Quer saber como? Clique aqui.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Mais uma vitória do Greenpeace.

JBS - Mais uma importante vitóriaNa semana passada, o maior frigorífico do mundo, JBS/Friboi (que acaba de se fundir à Bertin), comprometeu-se publicamente a não comprar mais gado criado em áreas desmatadas na Amazônia após 23 de setembro de 2009. Bertin e Marfrig já haviam anunciado seu compromisso. A empresa, além de concordar com o desmatamento zero, diz que não negociará mais com fazendas envolvidas com trabalho escravo ou flagradas criando gado dentro de Terras Indígenas ou Unidades de Conservação. Leia mais.
Nota: A postagem diz respeito a denúncia sobre a "Farra do Boi" na Amazônia, feita pelo Greenpeace no mês de abril deste ano, que se refere ao processo pelo o qual os animais abatidos nos frigoríficos da Amazônia terem procedência de fontes não legais, o que influênciava no desflorestamento da amazônia e que foi motivo da ação do Ministério Público Federal do Pará em apresentar denúncia contra os frigorífico, bem como a apreensão dos animais e multa dos produtores rurais pelo IBAMA.
Nota: A postagem diz respeito a denúncia sobre a "Farra do Boi" na Amazônia, feita pelo Greenpeace no mês de abril deste ano, que se refere ao processo pelo o qual os animais abatidos nos frigoríficos da Amazônia terem procedência de fontes não legais, o que influênciava no desflorestamento da amazônia e que foi motivo da ação do Ministério Público Federal do Pará em apresentar denúncia contra os frigorífico, bem como a apreensão dos animais e multa dos produtores rurais pelo IBAMA.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Exportação de produtos florestais em queda
É incontestável a contribuição do Ministro Carlos Minc para o resultado
Em agosto, as exportações brasileiras de madeira, celulose e papel totalizaram US$ 515,19 milhões, representando queda de 12,28% em relação a julho, quando o valor exportado foi de US$ 587,35 milhões. As exportações de celulose e papel totalizaram, em agosto, US$ 383,92 milhões, representando redução de 15,51% em relação ao mês de julho, quando as exportações desses produtos somaram US$ 454,41 milhões. Em relação às exportações brasileiras de madeira, o total exportado, em agosto, foi de US$ 131,27 milhões, mostrando pequeno decréscimo de 1,26% em relação ao montante de US$ 132,94 milhões exportado em julho. Fonte: Informativo CEPEA.
Em agosto, as exportações brasileiras de madeira, celulose e papel totalizaram US$ 515,19 milhões, representando queda de 12,28% em relação a julho, quando o valor exportado foi de US$ 587,35 milhões. As exportações de celulose e papel totalizaram, em agosto, US$ 383,92 milhões, representando redução de 15,51% em relação ao mês de julho, quando as exportações desses produtos somaram US$ 454,41 milhões. Em relação às exportações brasileiras de madeira, o total exportado, em agosto, foi de US$ 131,27 milhões, mostrando pequeno decréscimo de 1,26% em relação ao montante de US$ 132,94 milhões exportado em julho. Fonte: Informativo CEPEA.
Audiências Públicas de Belo Monte
Gritos e segurança reforçada
Apesar de protesto, audiência ocorre sem agressão ALTAMIRA e BELÉM. Cerca de cinco mil pessoas lotaram ontem o Ginásio Poliesportivo de Altamira, no oeste do Pará e a 800 quilômetros de Belém, para participar de audiência pública sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) da hidrelétrica de Belo Monte. Apesar da gritaria e de protestos, não houve violência desta vez. Em maio de 2008, um engenheiro da Eletrobrás foi ferido com um facão por índios caiapós, que se opunham ao projeto. Para que cenas como essas não voltassem a acontecer, a segurança foi reforçada: quase 300 homens, entre policiais militares, agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança foram convocados. Um terço dos participantes — a maioria vinda dos bairros inundados, que será removida para casas de alvenaria — estava a favor da mudança. Outro terço, contra, alegando prejuízos à pesca e ao meio ambiente, e o restante ainda avaliava as propostas. Boa parte dos índios, que há 30 anos eram contra o projeto, já se manifesta a favor. Aos 16 anos, mãe de um menino de dois meses, Alcilândia de Souza sonha em se mudar. — Morar aqui é bom, mas sair vai ser melhor. Quero que meu filho estude para ser professor — diz ela, que mora em Alagados, em Altamira. Já o piloto de voadeira (espécie de canoa) Pedro de Araújo é contra: — As barragens vão alagar as ilhas e acabar com as praias onde existe uma fruta chamada sarão, que serve de alimento para peixes. Milhares de seringueiras serão mortas, e tartarugas vão perder as praias em que colocam seus ovos. O chefe da Casa Civil do governo do Pará, Cláudio Puty, reiterou a exigência do governo de que parte da energia da usina seja usada como atrativo para novos empreendimentos na região. O governo também quer usar o projeto para reduzir o valor das tarifas de energia elétrica. Ontem, a previsão era que a audiência, que começou às 15h, entrasse pela madrugada. A última audiência ocorre amanhã, em Belém. Com informações de O Globo.
Apesar de protesto, audiência ocorre sem agressão ALTAMIRA e BELÉM. Cerca de cinco mil pessoas lotaram ontem o Ginásio Poliesportivo de Altamira, no oeste do Pará e a 800 quilômetros de Belém, para participar de audiência pública sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) da hidrelétrica de Belo Monte. Apesar da gritaria e de protestos, não houve violência desta vez. Em maio de 2008, um engenheiro da Eletrobrás foi ferido com um facão por índios caiapós, que se opunham ao projeto. Para que cenas como essas não voltassem a acontecer, a segurança foi reforçada: quase 300 homens, entre policiais militares, agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança foram convocados. Um terço dos participantes — a maioria vinda dos bairros inundados, que será removida para casas de alvenaria — estava a favor da mudança. Outro terço, contra, alegando prejuízos à pesca e ao meio ambiente, e o restante ainda avaliava as propostas. Boa parte dos índios, que há 30 anos eram contra o projeto, já se manifesta a favor. Aos 16 anos, mãe de um menino de dois meses, Alcilândia de Souza sonha em se mudar. — Morar aqui é bom, mas sair vai ser melhor. Quero que meu filho estude para ser professor — diz ela, que mora em Alagados, em Altamira. Já o piloto de voadeira (espécie de canoa) Pedro de Araújo é contra: — As barragens vão alagar as ilhas e acabar com as praias onde existe uma fruta chamada sarão, que serve de alimento para peixes. Milhares de seringueiras serão mortas, e tartarugas vão perder as praias em que colocam seus ovos. O chefe da Casa Civil do governo do Pará, Cláudio Puty, reiterou a exigência do governo de que parte da energia da usina seja usada como atrativo para novos empreendimentos na região. O governo também quer usar o projeto para reduzir o valor das tarifas de energia elétrica. Ontem, a previsão era que a audiência, que começou às 15h, entrasse pela madrugada. A última audiência ocorre amanhã, em Belém. Com informações de O Globo.
A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará ainda é um sonho?
Léguas a correr
Deputado federal Lira Maia (DEM) vendeu seu peixe na sessão especial da Câmara Municipal de Marabá, ao lado do reitor da UFPA, Carlos Maneschy, testemunhando a via-crúcis percorrida até a criação da Universidade Federal do Oeste do Pará.Pelo que ele disse, a Universidade Federal do Sul do Pará, para se tornar realidade, ainda tem muito terreno para bater pernas.
Postado por Hiroshi Bogéa
Deputado federal Lira Maia (DEM) vendeu seu peixe na sessão especial da Câmara Municipal de Marabá, ao lado do reitor da UFPA, Carlos Maneschy, testemunhando a via-crúcis percorrida até a criação da Universidade Federal do Oeste do Pará.Pelo que ele disse, a Universidade Federal do Sul do Pará, para se tornar realidade, ainda tem muito terreno para bater pernas.
Postado por Hiroshi Bogéa
Espaço de sala de aula e suas multiplas relações
Nossas Escolas vivem uma crise silênciosa e sem precedentes. Ainda não sabemos o que ensinar e nem para quem ensinar.
O espaço de sala de aula se tornou um ambiente confuso: alunos fugindo dos conteúdos curriculares e de todos os seus aparatos (leitura, escrita, exercícios, provas) e professores correndo atrás do tempo para cumprir metas.
As relações são multiplas, porém dispersas, na maioria das vezes antogânicas e sempre conturbadas. Os sujeitos não se entendem, as aula não se desenvolvem, os professores e os alunos se isolam em seus afazeres individuais e quando coletivo, pouco contribuem à cultura do estudo.
Acredito que temos que respensar a cultura da sala de aula, precisamos repensar as relações humanas no ambiente escolar, ou então não iremos romper a crise que se instalou na educação.
Temos a clareza que os espaços de sala de aula não são apenas conteudisticas, mas também sociais e para tanto precisa melhor ser sistematizado em seus currículos e metodologias, para assim favorecer uma relcionar-se com os outros e com o ambiente, que não se finalisa na sala de aula, de modo a não individualizar o ensino e nem a sociedade. De modo a possibilitar uma convergência de aprendizados e de ensinos.
Assim, definir o que ensinar pressupõe não só elencar os conteúdos científicos, mas também e principalmente os sociais, que envolve o que temos, o que somos, o que queremos (alunos/professores, escola/socieade). Somente desta maneira as relações, que são multiplas e humanas e sua diversas implicações (de gênero, etnia, educação ambiental, educação especial, etc) cominharão para uma convergência de interesses no mínimo consensual, mas principalmente coletiva, pois a sala de aula, a escola, a socieade se fazem de sujeitos em suas multiplas relações e relacionar-se pressupõe transforma e ser transformado e não dar para relacionar-se sem respeitar e ser respeitoado naquilo que já sabemos e qeremos.
(Marcos Frazão - Pedagogo e Esp. em Saúde e Ciências Sócio Ambientais)
O espaço de sala de aula se tornou um ambiente confuso: alunos fugindo dos conteúdos curriculares e de todos os seus aparatos (leitura, escrita, exercícios, provas) e professores correndo atrás do tempo para cumprir metas.
As relações são multiplas, porém dispersas, na maioria das vezes antogânicas e sempre conturbadas. Os sujeitos não se entendem, as aula não se desenvolvem, os professores e os alunos se isolam em seus afazeres individuais e quando coletivo, pouco contribuem à cultura do estudo.
Acredito que temos que respensar a cultura da sala de aula, precisamos repensar as relações humanas no ambiente escolar, ou então não iremos romper a crise que se instalou na educação.
Temos a clareza que os espaços de sala de aula não são apenas conteudisticas, mas também sociais e para tanto precisa melhor ser sistematizado em seus currículos e metodologias, para assim favorecer uma relcionar-se com os outros e com o ambiente, que não se finalisa na sala de aula, de modo a não individualizar o ensino e nem a sociedade. De modo a possibilitar uma convergência de aprendizados e de ensinos.
Assim, definir o que ensinar pressupõe não só elencar os conteúdos científicos, mas também e principalmente os sociais, que envolve o que temos, o que somos, o que queremos (alunos/professores, escola/socieade). Somente desta maneira as relações, que são multiplas e humanas e sua diversas implicações (de gênero, etnia, educação ambiental, educação especial, etc) cominharão para uma convergência de interesses no mínimo consensual, mas principalmente coletiva, pois a sala de aula, a escola, a socieade se fazem de sujeitos em suas multiplas relações e relacionar-se pressupõe transforma e ser transformado e não dar para relacionar-se sem respeitar e ser respeitoado naquilo que já sabemos e qeremos.
(Marcos Frazão - Pedagogo e Esp. em Saúde e Ciências Sócio Ambientais)
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